Dono de uma barbearia a cerca de 500 metros do local em que houve o desmoronamento de terra que soterrou duas casas em Ouro Preto, Minas Gerais, nesta quinta-feira, Fábio Rogério Alves foi um dos primeiros a perceber os sinais de queda de terra no Morro da Forca. Ele próprio conhece bem o local e chegou a ter sua barbearia em um dos imóveis agora soterrados.
"A Defesa Civil tinha pedido para a gente desocupar por conta de risco de desabamento, isso há 4 anos. O risco de isso acontecer ali é conhecido tem uns 10 anos", conta.
Pelo menos dois prédios históricos e tombados foram atingidos pelo deslizamento de terra. Um dos casarões soterrados, uma construção do século XVIII, de propriedade da prefeitura da cidade, encontrava-se interditado desde 2012. Segundo o Corpo de Bombeiros, as duas construções estavam vazias e não há vítimas.
De acordo com o relato de Alves, na manhã desta quinta, ao chegar para trabalhar na barbearia, hoje localizada próxima a uma estação de ônibus, ele foi alertado por um cliente, que viu a queda de pequenos pedaços de terra:
"Fomos até lá ver. Na hora, passou um motorista de caminhão que consegiu avisar a uma engenheira da Defesa Civil, que estava em outro ponto da cidade. Quando ela chegou, nós começamos a pedir para as pessoas não passarem por ali", conta.
Em dado momento, os três chegaram a perceber que uma dilatação de cerca de 10 centímetros se formava em uma laje no morro:
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"Foi em questão de minutos. Chegaram a Defesa Civil e os Bombeiros. Fecharam o local e o morro caiu", diz.
O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 8h30 para realizar uma vistoria no local. O colapso ocorreu por volta das 9h10.
Pouco antes do deslizamento, o coordenador da Defesa Civil do município, Neri Moutinho, pediu que a população não transitasse naquela área, que havia sido interditada.
De acordo com a Defesa Civil, ainda há instabilidade do talude. Um novo desmoronamento pode atingir um restaurante e um hotel próximos, que já foram evacuados. Moradores da região também foram retirados de suas casas.