Depois da Bahia e do Sudeste, temporais causaram transtornos no Rio Grande do Sul no fim de semana e a previsão é que ocorrências deste tipo continuem a ser registradas até quarta-feira, quando está prevista a entrada de uma frente fria no país.
A diferença é que, no Sul do país, as chuvas têm sido acompanhadas de rajadas de ventos de até 100 km/h. Segundo Rogério Rezende, meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (INmet), os temporais são causados pelo forte calor da região, associado à umidade levada ao Sul do país por ventos quentes que têm origem no Pantanal e no Mato Grosso.
O ar quente se desloca ao Sul do país e a Zona de Convergência do Atlântico Sul, que tem causado chuvas na Bahia e no Sudeste, age como um bloqueio, impedindo a entrada de frente fria. Esperamos que esse bloqueio seja rompido entre quarta e quinta-feira. Enquanto isso não ocorrer, as altas temperaturas permanecem e, com elas, a formação de cumulonimbus, que são justamente essas nuvens que provocam rajadas de vento, explica Rezende.
Além do Rio Grande do Sul, o Oeste e Sul de Santa Catarina e o Oeste do Paraná também estão sujeitos a temporais e rajadas de vento, por serem áreas quentes e secas. Segundo dados da Metsul, a Grande Porto Alegre registrou no 1º dia do ano 38,6º na região de Campo Bom, maior temperatura desde 1984. Municípios como Santa Rosa, Uruguaiana e Quaraí registraram temperaturas acima de 40°C. A instabilidade provocou rajadas de vento de 93 km/h em Quaraí e 91 km/h em Livramento.
No domingo, as altas temperaturas foram registradas inclusive na região da Serra Gaúcha e no Sul de Santa Catarina, com temperaturas acima de 35ºC. A Metsul afirma que a estação da Epagri-Ciram marcou 34,1ºC em São Joaquim, município catarinense mais conhecido pelo frio no inverno.
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Segundo a Climatempo, o risco de chuvas volumosas prossegue na região Sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais) e nos estados do Ceará, Maranhão, Piauí, Pará, Tocantins, Goiás e no Oeste da Bahia, além do Distrito Federal.
Em Minas Gerais, a Defesa Civil alerta que a instabilidade permanece nesta segunda-feira, com risco de chuvas fortes durante toda a semana. Apenas no Vale do Jequitinhonha e no Norte de Minas as chuvas diminuem, embora ainda possam ocorrer de forma isolada. São 124 municípios mineiros em situação de emergência devido às chuvas.
Na madrugada deste domingo a varanda de um apartamento desabou em Pitangui e os bombeiros constataram pilares inclinados no prédio. As seis famílias que moravam no edifício tiveram de deixar seus apartamentos. Em Soledade de Minas, as chuvas nas nascentes sobrecarregaram o Rio Verde, causando enchentes. Moradores ficaram ilhados e tiveram de ser resgatados de uma residência.
Em São Paulo, a semana será chuvosa. Na capital paulista, as pancadas de chuva estão previstas para a parte da tarde e o tempo segue abafado. No Vale do Paraíba, um temporal alagou duas e casas em Taubaté. Em Sorocaba, houve alagamentos e queda de árvores.