A chefe da Assessoria Especial Internacional do Ministério da Justiça, Georgia Renata Sanchez Diogo, foi exonerada do posto. A informação foi divulgada no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira (03). Georgia teve participação no processo de extradição do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos.
No início de novembro, a delegada da Polícia Federal Silvia Amélia Fonseca de Oliveira, então responsável pela Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), também perdeu o posto.
Georgia Diogo será substituída por Lauro de Castro Beltrão Filho, que atuava como conselheiro da Embaixada do Brasil nos Estados Unidos. O Globo revelou no final de novembro que Georgia seria mais uma a perder função na pasta. Na ocasião, ela disse que, embora fosse deixar a chefia do departamento, seguiria trabalhando noutro posto da assessoria internacional.
Naquela ocasião, Georgia disse à reportagem que achava que sua saída do cargo não guardava relação com o caso Allan dos Santos. Ela não é a primeira envolvida no caso a ser exonerada.
No início de novembro, a delegada da Polícia Federal Silvia Amélia Fonseca de Oliveira, então responsável pela Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), também foi retirada do cargo.
Allan dos Santos
O blogueiro, dono do canal Terça Livre e apoiador de Bolsonaro, é alvo de dois inquéritos que investigam suposto esquema de divulgação de informações falsas. Ambas as ações tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF). Um dos inquéritos apura ameaças a ministros do tribunal e disseminação de conteúdo falso na internet, as chamadas fake news. O outro investiga o financiamento de atos antidemocráticos.
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Em outubro, o ministro do Supremo, Alexandre de Moraes, determinou a prisão preventiva do blogueiro além de ordenar, ao Ministério da Justiça, início imediato do processo de extradição. Em uma entrevista ao lado do presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Justiça, Anderson Torres, disse que o processo de Allan dos Santos seria tratada de “uma forma técnica”.
Interpol não adiciona Allan na lista de investigados
O bolsonarista teria deixado o Brasil e entrado nos Estados Unidos em julho. A Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), porém, não atendeu aos pedidos de autoridades brasileiras para incluir bolsonaristas investigados pelo STF na lista internacional de procurados.
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, a Interpol rejeitou o leito de de adicionar o caminhoneiro Zé Trovão e ainda não respondeu se vai incluir Allan dos Santos na difusão vermelha, categoria usada pela instituição internacional para notificar as demais polícias sobre foragidos procurados. É comum que a inclusão na lista ocorra de maneira rápida, o que não aconteceu dessa vez.
O Interpol reúne representantes de cerca de 200 países e é uma organização internacional que facilita a cooperação policial mundial e o controle do crime. A lista de difusão vermelha funciona como um alerta para que os aproximadamente 190 países-membros da instituição saibam que há mandados de prisão pendentes contra criminosos procurados em seus países de origem, permitindo que sejam presos e extraditados.