Avião caiu no mar entre a divisa de São Paulo e Rio de Janeiro
Reprodução/redes sociais
Avião caiu no mar entre a divisa de São Paulo e Rio de Janeiro

Entre as hipóteses sobre a causa da queda de um avião bimotor que  caiu em mar aberto entre Ubatuba (SP) e Paraty (RJ), na noite da última quarta-feira (24), a tentativa de pouso é "mais difícil", segundo especialista em segurança de voo consultado pelo Globo. Três pessoas – entre elas, o piloto – estavam na aeronave.

Destroços supostamente relacionados à aeronave desaparecida foram localizados por volta de 6h45 desta quinta-feira, de acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB). Uma das imagens compartilhadas é de um banco da Piper, mesma fabricante do bimotor modelo PA-34-220T e matrícula PPWRS.

Para Roberto Peterka, especialista em segurança de voo e consultor aeronáutico, os indícios sugerem que pode ter havido grande impacto, perda de instrumento ou projeção da aeronave. Uma eventual tentativa de pouso, que está entre as possibilidades aventadas, é "mais difícil", segundo ele.

"Provavelmente, estava voando sob controle, voando por instrumento. É preciso verificar informações de radar, velocidade, controle do tráfego, mas essa imagem da poltrona significa que houve grande impacto ou desorientação espacial, perda de instrumento, se projetou ou pode ter tentado um pouso, o que é um pouco mais difícil", disse Peterka.

O avião pertencia ao copiloto, identificado como José Porfírio de Brito Júnior, de 20 anos. A aeronave não poderia fazer táxi aéreo, mas tinha autorização para fazer voos noturnos privados, conforme consulta da matrícula. A vistoria estava em dia. Procurada, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) ainda não respondeu os questionamentos da reportagem.

Segundo Peterka, trata-se de um modelo executivo bem antigo, cujo ano de fabricação é 1981. A aeronave é similar ao modelo conhecido no Brasil como Seneca e comporta até seis passageiros. O especialista em segurança de voo afirma que a aeronave da Piper pode ser usada para táxi aéreo desde que obedecendo as restrições, mas neste caso, conforme os registros, seria de operação privada.


"Geralmente a pessoa usa para se deslocar para a fazenda e administrativamente", disse Peterka. "Existem modelos mais resistentes, mais fortes. Você não vai querer comparar um fusca com um trator. Tem que respeitar as suas limitações."

Ainda de acordo com Peterka, a área onde o bimotor caiu é usada em rotas e não é considerada de risco, apesar de haver registros de outros acidentes nas proximidades, como o que matou o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki e outras quatro pessoas em 2017.

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