A babá de Henry Borel, Thayná Oliveira Ferreira , foi cabo eleitoral do ex-vereador Dr. Jairinho em duas campanhas, segundo documentos. Em audiência nesta semana, a cuidadora de Henry mudou novamente sua versão do caso ao dizer que nunca viu o padrasto agredindo a criança.
O nome de Thayná consta em prestação de contas do médico Jairinho nas eleições de 2016 e 2020 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Conforme os dados, a babá foi remunerada em R$ 675, em 2016, e em R$ 900, em 2020, pelo serviço de panfletista. O pai e o noivo da mulher também atuaram como cabos eleitorais durante o mesmo período.
Thayná começou a trabalhar na casa de Monique e Jairinho em 18 de janeiro, dois meses antes do crime, por indicação da mãe, que também trabalha como babá para o sobrinho do ex-vereador.
Nesta semana, em depoimento, Thayná foi indiciada depois de mudar sua versão pela terceira vez. Ela foi apontada, pela defesa de Monique e pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, como influenciada pela família do ex-político.
Thayná negou se lembrar das agressões contra o menino e afirmou que Monique, Jairinho e Henry tinham "uma família linda, de (comercial de) margarina".
"Eu me senti usada pela Monique durante todo esse tempo, no sentido de que ela tentou me mostrar um monstro do Jairinho, mas eu nunca vi nada dele. Ela me contou várias coisas dele, fez a caveira", declarou a babá, enquanto era questionada pelo promotor Fábio Vieira.
A advogada de Thayná, Priscila Sena, negou a possível coação para a mudança do depoimento e descartou a influência da família de Jairo Souza Santos Júnior sobre a babá. Em setembro, Thayna já havia sido indiciada pela Polícia Civil por falso testemunho.