Homem é morto por PMs mesmo com as mãos na cabeça
Reprodução/Youtube
Homem é morto por PMs mesmo com as mãos na cabeça

Mesmo com as mãos na cabeça e sem reagir, um homem negro foi morto a tiros por policiais militares em Ourinhos, no interior de São Paulo. Murilo Henrique Junqueira, de 26 anos, faleceu na última segunda-feira (20), mas imagens de câmeras de segurança foram divulgadas nesta sexta-feira (24) pela Ponte Jornalismo, que noticiou o caso.

O cabo João Paulo Herrera de Campos e o subtenente Alexandre David Zanete, do 31º Batalhão da Polícia Militar do Interior, haviam alegado que houve troca de tiros e, por isso, o rapaz acabou morto. Dois dias depois, porém, ambos foram presos após as imagens flagarem o assassinato.

No vídeo, Murilo aparece caminhando atrás de uma casa com as mãos na cabeça. Mesmo sem demonstrar qualquer resistência à abordagem policial, um dos PMs se aproxima e dá dois tiros em direção ao rapaz, um deles quando ele já estava no chão. As imagens são fortes.

Na delegacia, os policiais disseram que Murilo estava foragido e que tinham um mandado para capturá-lo. Os PMs não explicaram como ficaram sabendo do paradeiro do acusado.

Segundo os policiais, Murilo teria tentado fugir. Os PMs contam que deram ordem de parada, mas o rapaz teria se virado e disparado com uma pistola calibre 380.

Zanete, que comandava a equipe, disse que atirou "com a intenção de repelir a injusta agressão". Ele conta que deu três disparos, seu colega deu um e Murilo deu outro. Os dois PMs foram presos temporariamente e o inquérito segue em segredo de Justiça.

O ouvidor das Polícias Elizeu Soares Lopes disse à Ponte Jornalismo que oficiou a Polícia Civil e o Ministério Público para ter acesso aos detalhes da investigação e para que a prisão preventiva dos PMs seja pedida. "É um absurdo, um ato covarde contra uma pessoa rendida que não oferecia risco aos policiais, foi uma execução a sangue frio. Quando a polícia lança mão de uma arma do Estado para atentar contra a vida de uma pessoa rendida, independentemente de culpa [em processo judicial], é um ato de barbárie", disse.

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