Convidado para uma nova reunião de líderes mundiais sobre o clima, convocada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden , para esta sexta-feira (17), o Brasil não deverá participar do evento. O motivo é que foi criado um impasse, porque os americanos enviaram os convites há apenas sete dias, quando o normal seria um prazo de, no mínimo, um mês de antecedência.
Segundo uma fonte do governo brasileiro, com o encaminhamento do convite "em cima da hora" criou-se um problema logístico para vários chefes de Estado, incluindo o presidente Jair Bolsonaro. Ele tem viagens agendadas para Minas Gerais pela manhã, e para Goiás na parte da tarde, no mesmo dia do evento.
Outro fator de irritação é que, consultados, os EUA teriam respondido que não aceitam representantes no lugar dos chefes de Estado ou de governo. No caso do Brasil, poderia falar em nome de Bolsonaro o chanceler Carlos França, ou o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite.
Segundo essa fonte, “todos estão reclamando dos americanos”, não apenas o governo brasileiro. Porém, não há sinais, até o momento, de que essa posição de Washington vá mudar.
Na última reunião de cúpula sobre o clima, em abril deste ano, Bolsonaro fez um discurso com três promessas: dobrar o Orçamento para os órgãos de fiscalização ambiental; acabar com o desmatamento ilegal até 2030; e antecipar, de 2060 para 2050 o prazo para atingir a chamada neutralidade de carbono, que consiste em compensar todo o dióxido de carbono emitido.
Esses debates ocorrem pouco mais de um mês antes da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP-26, que acontecerá na Escócia, em novembro deste ano. Na reunião desta sexta-feira, a expectativa é que EUA e União Europeia anunciem compromissos mais ambiciosos para a redução das emissões de gases que causam o efeito estufa.
Na semana que vem, Bolsonaro viajará a Nova York, onde fará o discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU. Tradicionalmente, o Brasil é o primeiro a falar na reunião de líderes das Nações Unidas. Entre os temas a serem tratados pelo presidente brasileiro estão a pandemia de Covid-19, o meio ambiente e a recuperação da economia.