Para acomodar um aliado, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL) , recriou a Secretaria de Defesa do Consumidor — extinta em 2016 para conter gastos. A pasta será comandada por Léo Vieira (PSC), que já estava à frente da Secretaria de Trabalho e Renda.
Para o lugar dele, Castro nomeou o presidente estadual do Podemos, Patrique Welber. Como o Globo mostrou na última semana, o Podemos é um dos 16 partidos que compõem a base de apoio do governo e, com a nomeação de Welber na Secretaria de Trabalho e Renda, ganha espaço no primeiro escalão.
De acordo com a assessoria do Governador, a criação da Secretaria de Defesa do Consumidor não impactará em custos para a administração pública. No entanto, a mesma pasta foi extinta pelo então governador interino Francisco Dornelles (Progressistas) dentro de uma política de cortes de gastos, em 2016.
O político do Podemos herda a Secretaria de Trabalho e Renda, que tem um orçamento de R$ 70 milhões e foi turbinada pelos postos de trabalho que serão criados pelo conjunto de obras do Pacto-RJ.
Em edição extra do Diário Oficial, Castro também nomeou a delegada Tatiana Queiroz, que assumirá a Secretaria dos Vitimados no lugar da tenente-coronel Pricilla Azevedo, que volta ao comando da UPPs.
Governador investigado
Castro é alvo de uma investigação do Ministério Público Estadual (MPE) por contratos firmados entre a Fundação Leão XIII e empresas fornecedoras de cestas básicas, durante o período em que era vice-governador.
De acordo com reportagem da TV Globo, a compra de 1 milhão de cestas básicas, coordenada por ele, tem indícios de crimes como fraude licitatória, superfaturamento e sobrepreço dos valores pagos. Por ser governador, Castro só poderia ser investigado na esfera criminal pelo Ministério Público Federal.
No entanto, o MP-RJ entende que os supostos crimes foram cometidos quando ele não estava no cargo. Castro informou que está à disposição de qualquer órgão fiscalizador para prestar esclarecimentos.