O ex-secretário executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, disse à Polícia Federal (PF) que a vacina indiana Covaxin foi oferecida a US$ 10 em novembro de 2020 para competir com a Coronavac, do Instituto Butantan. Depois, em proposta formal, o preço oferecido pelo laboratório Bharat Biotech foi de US$ 15 por dose. O contrato foi suspenso pelo governo federal em junho.
A Precisa nega que tenha aumentado o valor da oferta. Diz que a memória da reunião em 20 de novembro de 2020 foi produzida de forma unilateral, sem que a empresa tenha tido a oportunidade de ler o documento, e que havia apenas uma intenção de que o produto fosse vendido por um preço mais barato para o Brasil.
"Realmente alguém me informa que tinha um prognóstico, não me lembro do termo que usou, que tinha um preço de US$ 10. Eu acredito até que para fazer concorrência naquele momento com o Butantan, porque o preço da AstraZeneca ninguém ia conseguir concorrer, que era US$ 3 e pouquinho", disse Franco à PF.
O ex-secretário foi ouvido no inquérito que investiga a compra da Covaxin, aberto após a CPI da Covid ter levantado suspeitas de irregularidades no processo.
"Então acredito que para fazer concorrência com o Butantan, eles pegaram aquela faixa de US$ 10,50, US$ 10,80, que era do Butantan, e falaram uma coisa em torno de US$ 10", afirmou, ressaltando que apenas depois veio a proposta "oficial".