Na manhã desta sexta-feira (23), uma família de líderes religiosos foi presa acusada de trabalho análogo à escravidão infantil durante operação em Maringá, no norte do Paraná . Os envolvidos são membros da Igreja das Nações da Poderosa Mão de Deus. As informações são do portal G1 .
O grupo é suspeito de explorar o trabalho de pelo menos cinco crianças e adolescentes na venda de pizzas produzidas pela própria igreja. O casal e o filho — indicados como líderes da igreja — foram alvo de mandados de prisão preventiva. Além disso, outros três mandados de busca e apreensão também foram cumpridos.
A delegada Karen Friedrich disse ao portal que as crianças trabalhavam muitas horas por dia para vender as pizzas. "Se as crianças não cumprissem as metas, elas eram agredidas fisicamente e verbalmente. Elas levaram tapas e, também, eles colocavam um temor, dizendo que elas seriam punidas por Deus. Se elas não vendessem, elas seriam castigadas", relatou.
Segundo as investigações, as vítimas teriam sido atraídas pela família com o argumento de que o dinheiro das pizzas vendidas seria doado para crianças com câncer.
Além das pizzas, uma das crianças, de 13 anos, foi tirada da família, segundo a polícia, para trabalhar como empregada doméstica por seis meses na casa dos investigados. Ainda de acordo com os agentes, os pais das vítimas também são ameaçados ao questionar os métodos utilizados pelos suspeitos.
Durante a operação, que contou com 18 policiais, foram apreendidos uma arma de fogo, pizzas impróprias para consumo e dinheiro. Os produtos para a produção de pizzas estavam sem data de validade, informações de procedência e armazenados de forma irregular, segundo a polícia. A família será multada pelas condições dos alimentos.
Conforme o município, a igreja recebeu uma multa de R$ 5,9 mil, em março de 2020, por promover culto durante a pandemia quando não era permitido.