A missa das 8 horas de domingo na Paróquia da Paz, em Fortaleza, no Ceará , precisou ser escoltada por duas viaturas da Polícia Militar devido a hostilizações de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao padre Lino Allegri, crítico do mandatário em seus sermões.
De acordo com o jornal Metrópoles , um grupo de bolsonaristas invadiu a igreja com a intenção de atacar Allegri mais uma vez. Os integrantes usavam camisas da Seleção Brasileira e vestimentas com o número 17 (sigla pela qual Bolsonaro foi eleito) estampado nas costas.
"Esse negócio da doutrina dos oprimidos, isso tudo não é para ser praticado aqui", disse o coronel Ricardo Bezerra, seguidor de Bolsonaro, ao jornal O POVO
. "O padre proselitista peca com tudo isso. Vai perder muitos fiéis se continuar nessa linha".
No início do mês de julho, o padre italiano, de 82 anos, foi alvo de discursos de ódio por parte dos frequentadores da missa. Diversos fiéis invadiram a igreja e proferiram ofensas aos berros a Allegri pelas críticas feitas ao enfrentamento da pandemia de Covid-19 por parte do governo federal.
Nesse domingo (18), a missa foi celebrada por outro padre e, de acordo com o Metrópoles , Allegri deve pedir ingresso no Programa Estadual de Proteção aos Defensores e Defensoras de Direitos Humanos (PPDDH).
O governador Camilo Santana (PT) mandou instaurar inquérito para apurar as ameaças. Allegri se defendeu dizendo que "o sacerdote e o pastor não podem se calar quando a vida está sendo desrespeitada e violentada".