Em depoimento prestado na tarde de quarta-feira (30), a empresária Anne Cipriano Frigo, de 46 anos, negou ser a mandante do assassinato do companheiro, o segurança Vitor Lúcio Jacinto, de 42. Ela foi presa na terça-feira como suspeita de ter contratado o corretor de imóveis Carlos Lex Ribeiro de Souza, de 28 anos, para cometer o crime .
Apesar de negar a autoria, Anne confirma que soube da morte do ex-companheiro no mesmo dia do crime, cometido em 16 de junho. Ela afirmou em depoimento que Carlos a procurou e afirmou ter matado Vítor.
"O comportamento dela não bate com a normalidade de uma pessoa viúva. Ela continuou se encontrando com o Carlos, passou a senha do celular do Vitor para o Carlos e os dois mantiveram uma farsa. Carlos mandava mensagens para Anne como se fosse Vítor, como se ele estivesse vivo. Chegou a mandar presente de aniversário para ela", afirma o delegado Fábio Pinheiro Lopes, diretor do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).
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Anne fez aniversário em 20 de junho. Na ocasião, ela reuniu amigos para celebrar a data em um restaurante badalado em São Paulo. Na véspera, ela já havia participado de um almoço com vários conhecidos, segundo o delegado.
De acordo com Pinheiro, a empresária admitiu ter combinado de pagar R$ 200 mil a Carlos. Mas sustenta que o valor seria para um dossiê sobre o ex-namorado. Carlos está preso e admitiu ser o autor do assassinato.
"Em depoimento, Carlos falou que ela (Anne) foi a mandante, e com riqueza de detalhes. Ele deu provas, mas disse que os dois não têm relacionamento amoroso. Carlos disse que matou por dinheiro", disse o delegado.
Crime
O crime aconteceu no último dia 16. De acordo com as investigações, Carlos — que já havia prestado serviços para o casal — foi à casa de Vitor e o convenceu a ver um imóvel. Em algum momento da visita, porém, ele atirou na vítima. O disparo, feito pelas costas, acertou o coração, de acordo com a polícia.
O corpo de Vitor foi localizado dois dias depois, numa região de mata fechada perto da Represa Guarapiranga, Zona Sul de São Paulo. Ele tinha marcas de queimaduras na cabeça e na canela direita, o que indica que o suspeito tenha tentado dificultar a identificação da vítima.
O Globo não conseguiu contato com as defesas dela e de Carlos.