O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Roberto Barroso, apontou neste sábado, em live do Grupo Prerrogativas, que o possível retorno do voto impresso no Brasil vai diminuir a segurança das eleições, que tem expectativa de 150 milhões de eleitores em 2022.
De acordo com o ministro, a questão cria um “problema que o país atualmente não tem” e pode trazer "risco de vida", já que atrapalha o sigilo do voto. “Vão pedir recontagem. Vai dar defasagem entre os votos. Vão questionar e judicializar com pedido de fraude. Na recontagem, vai sumir voto, aparecer voto. Isso tudo vai diminuir a segurança. Em partes do país isso pode significar o risco de vida”, afirmou.
Ainda de acordo com Barroso, o voto impresso vai ser "uma volta no túnel do tempo a um país de fraudes e de eleições contestadas".
Em contrapartida aos que defendem o retorno do voto impresso, o ministro apontou que o TSE pretende aumentar a quantidade de urnas eletrônicas testadas durante a eleição. Até agora, 100 urnas são levadas ao TSE para um auditoria independente e o teste utiliza um voto impresso para provar que está tudo correto. Todo procedimento é filmado.
O advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, também foi convidado ao evento e se mostrou contrário a ideia do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), de deixar o voto impresso para 5% dos votos totais no país. “Parece que existe essa hipótese. Isso já cria a oportunidade de questionar a legitimidade do voto“, alegou Kakay.
Vale lembrar que o voto impresso é uma das principais bandeiras do presidente Jair Bolsonaro, que afirmou na última sexta-feira já ter um acerto com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para a destinação de R$ 2 bilhões para uma futura implantação do voto impresso auditável no Brasil.
“Se o Congresso promulgar, teremos voto impresso em 2022. Os 2 bilhões, já falei para o Paulo Guedes, está garantido (sic)”, alegou o presidente.