O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta quinta-feira que a preocupação da pasta com a vacina Covaxin é "zero". De acordo com Queiroga, a questão está sendo analisada pelo setor jurídico da pasta. A aquisição do imunizante está sendo investigada pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela CPI da Covid.
"Está sendo avaliado no jurídico e quando tivermos uma posição definitiva, nós vamos comunicar para vocês. A preocupação do Ministério da Saúde com esse assunto Covaxin é zero, zero. Estamos trabalhando para antecipar as doses das vacinas que tem registro definitivo e as que tem registro emergencial", disse Queiroga, na saída do Ministério da Saúde.
Na quarta-feira, o ministro irritou-se ao ser questionado sobre o assunto e não respondeu se a vacina será comprada pelo mesmo preço que foi negociado, o mais caro entre os imunizantes negociados pelo Brasil.
"Eu falei em que idioma? Eu falei português. Não foi comprada uma dose sequer da vacina Covaxin nem da Sputnik", disse, acrescentando depois: "Futuro é futuro".
O servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, que se recusou a assinar um recibo que previa um pagamento antecipado pela importação da Covaxi disse em entrevista ao GLOBO, ter se encontrado pessoalmente com o presidente Jair Bolsonaro em 20 de março para denunciar as suspeitas sobre a importação do imunizante.
O MPF identificou indícios de crime na compra feita pelo Ministério da Saúde de 20 milhões de doses do imunizante e vai investigar o caso também na esfera criminal — até então, ele vinha sendo apurado em um inquérito na área cível.
A dose da vacina negociada pelo governo é a mais cara entre todas as que foram contratadas pelo Ministério da Saúde, e o processo de aquisição do imunizante foi o mais célere de todos.