Durante as buscas por Lázaro Barbosa Sousa
, de 33 anos, autor de uma série de crimes
no Distrito Federal e em Goiás ao longo da última semana, policiais encontraram na casa onde o suspeito morava, em Cocalzinho, objetos que possivelmente eram usados por ele.
Nas redes sociais, internautas pedem que as ações do criminoso não sejam atribuídas a determinadas crenças, sem qualquer relação com assassinatos e estupros, para não disseminar desinformação. Outros, entretanto, admitem que acreditam em acontecimentos sobrenaturais neste caso.
"Esse lance do satânico em volta do modus operandi do Lázaro só me lembra o fetichismo místico do caso Evandro. Eu não gosto disso de as pessoas sempre procurarem o Diabo como responsável por certas ações", postou um usuário do Twitter.
"Esse pânico satânico em torno do Lázaro me incomoda. É um serial killer difícil de prender e que já se acostumou a burlar o sistema", afirmou outro perfil no microblog.
"Ainda sobre o caso do Lázaro, estão divulgando fotos de Exu dizendo que é ritual satânico que o mesmo realizava, o que acho engraçado é que na primeira oportunidade começam a intolerância religiosa. Exu está longe de ter relação com rituais satânico!!!!!", enfatizou outra pessoa na rede social.
"Pânico Satânico não é sobre ter medo de satanistas, mas pegar fatos e crimes comuns e associa-los a bruxaria e satanismo pra criar pânico social. Tipo o caso das bruxas de salem, ou o caso Evandro, ou então as alegações místicas com relação ao Lazaro", afirmou mais um internauta.
Também aparecem postagens, contudo, que reforçam a ideia de que o criminoso estaria envolvido com alguma atividade sobrenatural.
"Acabei de saber que como esse Lázaro faz ritual satânico, os policiais passam do lado dele e não o vê", comentou uma pessoa na rede social.
"Estava vendo as notícias sobre o caso de Lázaro, é muito satânico msm", disse outra.
O secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, esclareceu ao GLOBO na noite desta terça-feira, dia 15, que a investigação não podia indicar se os crimes de Lázaro são equivalentes a rituais "macabros" ou assassinatos.
"O que comparamos é o modus operandi do indivíduo, em relação aos outros casos. Capturar e levar pra beira de um rio. Por isso, nossas equipes centraram buscas nas margens do rio próximo a casa e acabaram por salvar a vida da família", disse, referindo-se ao casal e à adolescente resgatados após serem feitos reféns pelo criminoso.
Miranda, que tem acompanhado as buscas, afirmou que considera Lázaro um "psicopata":
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"Estamos com oito vítimas confirmadas, cinco delas fatais e em situações que levam qualquer um a ficar preocupado. Todas as propriedades que ainda têm pessoas que precisam ficar lá nós colocamos viaturas próximas, estamos dando todo o amparo para a população até a retirada desse sujeito aqui da região. E não vamos sair daqui até desentocá-lo e apresentá-lo para a Justiça "
A presença de Lázaro na região despertou uma onda de medo entre moradores e lojistas.
"O pessoal está com medo, está ficando mais quieto. Tem mulher sem dormir, o pessoal de fazenda deixou suas chácaras. É uma tensão bem grande", disse o comerciante Eduardo Ferreira, de 41 anos. "A torcida é para a polícia pegar logo, que finalize esse trabalho com êxito. Enquanto não pegar, acho que não volta à vida normal, não."
Além das cinco mortes no Distrito Federal, Lázaro responde por outros dois assassinatos na Bahia. A força-tarefa montada pelas secretarias de Segurança Pública de Goiás e do DF para prendê-lo tem base em Cocalzinho. O grupo conta com policiais da Polícia Militar (PMDF), da Polícia Rodoviária Federal (PRF), da Polícia Federal (PF) e da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). O grupo conta com o reforço da cavalaria.