Conversas registradas em e-mails entre a diplomacia brasileira e a chancelaria indiana, junto a farmacêuticas asiáticas, mostram o esforço desempenhado pelo governo Bolsonaro em adquirir cloroquina - sem tratamento científico comprovado - para o combate da pandemia no Brasil. Alguns e-mails foram respondidos em 15 minutos, no período da noite e até em fins de semana. As informações são do jornal Estado de S.Paulo.
Em comparação com o processo de compra das vacinas, o Planalto levou dois meses para responder os contatos da Pfizer .
Ao total, foram 54 e-mails trocados entre Almeida Santos, segundo na hierarquia do posto diplomático, e Elias Antônio de Luna, ministro-conselheiro da Embaixada do Brasil na Índia. Nos registros evidencia-se a proatividade do governo Bolsonaro em solicitar a liberação dos medicamentos ou insumos para fabricção do manipulado no país.
"Estamos acompanhando esta questão com muita atenção", diz o diplomata brasileiro a uma empresa fabricante de hidroxicloroquina em 31 de março de 2020. Em seguida, foi solicitado o preenchimento de documentos para a aquisição da droga com "a maior urgência possível".
Em 11 de abril do ano passado, Santos chegou a afirmar que, "independentemente dessa generosa possibilidade que o governo da Índia está abrindo ao Brasil, nós reiteramos que continuamos a buscar as permissões de exportação para a matéria-prima de hidroxicloroquina que permitirá aos fabricantes brasileiros produzirem para si quantidades adicionais de comprimidos de hidroxicloroquina".