Homem ferido no olho por tiro de bala de borracha disparado pela PM em Recife
Foto: INSTAGRAM @hugomunizzz/REUTERS
Homem ferido no olho por tiro de bala de borracha disparado pela PM em Recife

RIO — O governador de Pernambuco, Paulo Câmara, afirmou ontem que a ordem para atirar nos participantes do protesto pacífico contra o presidente Jair Bolsonaro no último sábado, em Recife, não partiu da cúpula do governo. O governo ainda não sabe de quem foi a ordem para reprimir a manifestação.

Segundo Câmara, os chefes da Secretaria de Defesa Social (SDS) estavam reunidos no Centro Integrado de Comando e Controle, discutindo ações relacionadas à quarentena para conter a Covid-19, quando a repressão começou.

A ação da PM deixou dois homens sem a visão de um dos olhos, além de diversos feridos por balas de borracha. Os policiais também agrediram a vereadora do Recife Liana Cirne (PT) com spray de pimenta.

“Estávamos no primeiro sábado de restrições mais severas na questão da pandemia. Estávamos, também, acompanhando todo estado. Então, havia um monitoramento como sempre ocorre em momentos como esse, com presença de vários integrantes da Polícia Militar, da Polícia Civil e da cúpula da Secretaria de Defesa Social, todos eles estava atuando nessa questão, e os fatos que originaram essa ação não saíram desse centro integrado, pela informação que me foi dada pelo secretário”, disse Câmara à TV Globo.

Segundo o governador, o contexto em que informações sobre o protesto chegaram aos policiais também está sendo investigado. Ele declarou que nada justifica a atuação dos policiais do Batalhão de Choque.

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Câmara disse, ainda, que o secretário de Defesa Social, Antônio de Pádua, determinou a interrupção da ação “assim que tomou conhecimento da gravidade”. O governador acrescentou o novo comando da Polícia Militar foi orientado para que fatos como os do sábado não voltem a ocorrer.

“Tem toda uma rede de comando da Polícia Militar, e isso que as investigações estão apurando. Inclusive, como eu falei, não é só ordem direta, tem que saber as informações da ordem, ou seja, o que foi repassado às pessoas responsáveis pela ação, e o contexto em que estava ocorrendo a passeata no Centro do Recife. Pelo que nós temos informações, não há nada que justifique uma ação como essa da polícia”, afirmou à TV Globo. (Com G1) .

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