Líder indígena Dário Kopenawa Yanomami
Reprodução/Twitter
Líder indígena Dário Kopenawa Yanomami

A Live Em Cima do Fato , do portal iG, desta semana teve que ser cancelada devido aos últimos ataques de garimpeiros à comunidade Palimiú na Terra Indígena Yanomami. O convidado,  Dário Kopenawa, líder indígena e vice-presidente de Hutukara Associação Yanomami participou de uma audiência, no Ministério Público Federal, com a Funai e outras lideranças para cobrar um posicionamento mais assertivo em relação aos ataques. Ele concedeu uma entrevista ao iG explicando a situação dos conflitos em Roraima

Para Dário, a situação na comunidade é tensa.  Garimpeiros intimidam diariamente a população ostentando armamentos. "As lideranças estão se sentindo sem proteção na sua comunidade, sem a presença do Estado brasileiro", disse. 

Na última segunda-feira (31), a sede da Estação Ecológica de Maracá , que é vizinha da Terra Indígena Yanomami foi atacada por garimpeios fortemente armados. Eles roubaram cinco quadriciclos e oito motores de popa, patrimônios do Instituto, e ainda proferiram ameaças aos servidores. Segundo o relato das vítimas, estes “não seriam poupados” caso se encontrassem no local durante o assalto.

A Funai (Fundação Naional do Índio), também estava presente na audiência da última terça-feira. De acordo com o líder indígena, o órgão cuida do território apenas à distância e não tem recursos para fiscalizar o território Yanomami.  "A resposta da Funai não é suficiente, porque a Funai não tem poder de polícia para prender e nos defender", explica Dário. 

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Na semana passada, o  STF (Supremo Tribunal Federal) determinou que o governo priorizasse a segurança na Terra Indígena Yanomami e enviasse as Forças Armadas para proteger as áreas. No entanto, segundo Dário, isso ainda não aconteceu. “Hoje não há segurança nas terras Pailimiú”, relatou.

Em nota, a Hutukara Associação Yanomami disse que "Mesmo com as recentes decisões do Poder Judiciário , exigindo a presença de forças de segurança de maneira permanente na região, o governo brasileiro ainda não promoveu uma resposta satisfatória ao conflito, enviando forças de segurança que ficaram apenas por algumas horas no local do conflito. As comunidades indígenas se mantém sob a ameaça de novas ofensivas."

"É com grande perplexidade e indignação que acompanhamos a omissão do governo brasileiro diante da escalada de violência na região. Tememos pela vida das famílias do Palimiu e pela vida daqueles que trabalham pela defesa do meio ambiente e do patrimônio da sociedade brasileira. Uma resposta à altura do problema por parte das autoridades competentes é cada vez mais necessária e urgente", declara o documento.

Ouça a entrevista na íntegra: 


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