"Estou encurralado": vítimas do Jacarezinho falaram com parentes antes de morrer

Familiares mostram mensagens em que vítimas pedem ajuda antes de morrer em operação policial no bairro do Jacarezinho, no Rio

Foto: REPRODUÇÃO G1
Mensagens trocadas por vítima do Jacarezinho antes de morrer em operação policial

Algumas vítimas da operação da Polícia Civil na comunidade do Jacarezinho , que matou pelo menos 28 pessoas na manhã de quinta-feira (6) , enviaram mensagens telefônicas a parentes antes de morrer. As informações foram divulgadas pelo  G1 .

O conteúdo foi mostrado à imprensa por parentes dos assassinados. "Tô encurralado. Ora aí", foi uma das mensagens. Ela foi enviada por John Jefferson Mendes Rufino, de 30 anos, à sua irmã Ingrid Hellen.

A irmã responde: "Não sai daí de jeito nenhum", no texto enviado às 8h15 da manhã. A tia de John, Rosiane, diz que também trocou mensagens com a vítima, mas que acabou apagando por medo.

Outro morto na operação, o jovem Marlon Santana de Araújo, de 23 anos,  ligou para um parente falando que estava preso em uma casa e não conseguia sair.

Foto: G1
Vítima disse que estava encurralado, antes de ser assassinado por policiais

"Ele ligou para a minha irmã umas 8h20 falando que estava preso na casa, que não conseguia sair. Depois, umas 8h30, ele mandou uma mensagem com a voz bem baixinha dizendo: "Mãe, ora por mim."

Thaynara Paes, de 22 anos, disse que seu marido Rômulo Oliveira Lúcio, 29, chegou a se entregar; ainda assim, foi executado pelos policiais. A polícia nega a versão.

"Os policiais entraram dentro da casa e ele se rendeu. Ele [o policial] falou 'perdeu'. Ele já tinha se perdido. Só se rendeu. (...) Eles pegaram ele vivo e ele foi executado a facadas".