Operação na comunidade do Jacarézinho é a mais letal da história do Rio de Janeiro
Reprodução/TV Globo
Operação na comunidade do Jacarézinho é a mais letal da história do Rio de Janeiro

O subsecretário Operacional da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rodrigo Oliveira, criticou o “ativismo judicial” em coletiva de imprensa quanto à operação policial mais letal da história. Segundo Oliveira, a Operação Exceptis , deflagrada na manhã desta quinta-feira (6), cumpriu todos os protocolos estabelecidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). As informações são do  Metrópoles.

Operações em favelas foram suspensas pela Corte  em junho do ano passado. A decisão permite ações apenas em “hipóteses absolutamente excepcionais”, após comunicação e justificativa ao Ministério Público .

Rodrigo Oliveira, confrontou a ideia do que seriam "excepcionalidades" e afirmou que a Polícia Civil sempre se fará presente. "Por força de um ativismo judicial, fomos impedidos de entrar em comunidades; isso fortalece o tráfico, expande seus domínios”, disse. 

“O sangue do policial morto está nas mãos de entidades que fazem ativismo”, afirmou o policial. “Temos lideranças de outros estados achando que ali a polícia não vai”, completou.

De acordo com o delegado, “fatos graves” foram investigados e constatados, como o aliciamento de crianças e adolescentes pela facção criminosa que domina a região. O grupo que é considerado um dos quartéis-generais do Comando Vermelho , levava menores a praticar crimes como o tráfico de drogas, roubos e homicídios. 

“O garoto começa, de alguma forma, cooptado, fazendo pequenos serviços até chegar a ser o chefe do tráfico. O Estado deixar de se fazer presente e o outro lado se fortalece. Quando a polícia não entra, o traficante vira líder. Aquela criança precisa perceber que o crime não compensa”, destacou o subsecretário.

Um levantamento realizado pelo Instituto Fogo Cruzado mostra que a Operação, deflagrada hoje, na comunidade do Jacarezinho, é a mais letal da história do Rio de Janeiro. Até as 15h, 25 pessoas haviam sido mortas – entre elas, um policial civil.

A corporação explicou que agiu num tripé baseado em inteligência, apuração e ação, após mais de dez meses de investigação. Foram emitidos 21 mandados de prisão.

‘Não há que se comemorar o resultado. Mas não é aceitável que crianças e filhos de trabalhadores sejam aliciados. “Os senhores viram a reação, eles atiraram para confrontar o Estado e matar o policial.”

Estrutura de Guerra

Ao justificar a operação, a Polícia Civil disse que a facção criminosa que atua na região age de forma semelhante a grupos terroristas , fazendo até o sequestro de trens da SuperVia. Segundo as investigações, os criminosos têm “estrutura típica de guerra”, com centenas de “soldados munidos com fuzis, pistolas, granadas, coletes balísticos, roupas camufladas e todo tipo de acessórios militares”.

André Frias, agente da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod), morreu após ser baleado na cabeça. Levado ao Hospital Municipal Salgado Filho com quadro clínico considerado grave, ele não resistiu. Outros dois policiais agentes foram atingidos de raspão, no braço e panturrilha, e têm quadros estáveis.

Ao todo, 21 traficantes foram identificados e são procurados pela polícia local. Segundo a Polícia Civil, são 24 suspeitos mortos e o agente, até o início da tarde, seis pessoas tinham sido presas. Foram apreendidas muitas armas e até munição antitanque.



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