No Rio de Janeiro , o Ministério Público do Estado (MPRJ), divulgou a denúncia que fez contra o vereador Dr. Jairinho por tortura contra a filha de uma ex-namorada . Ainda ressaltou que, caso a liberdade seja concedida, Jairinho deve ser proibido de contatar vítima e seus familiares, em especial, as testemunhas. As informações foram apuradas pelo G1.
Com isso, a denúncia política que ele compareça uma vez por mês ao juízo para justificar suas atividades e que seja proibido de sair do município sem aviso prévio. No momento, ele se encontra preso no Bangu 8, no Complexo Gericinó , por ser apontado como uma os principais suspeitos da morte do menino Henry Borel.
De acordo com o documento encaminhado a 2ª Vara Criminal de Bangu, Jairinho mantinha um relacionamento com a mãe da vítima e aproveita das oportunidades em que ficava sozinha com a criança para torturá-la física e mentalmente.
“Tem-se que o denunciado batia com a cabeça da vítima contra diversos lugares, chutava e desferia socos contra a barriga da criança, além de afundá-la na piscina colocando seu pé sobre sua barriga, afogando-a, e de torcer seu braço”, ressalta a denúncia.
Conforme as investigações das autoridades, que conclui o inquérito na sexta-feira (30), as provas foram conquistadas através de relatórios médicos de hospitais onde passou a criança na época das agressões . Ao todo, quatro laudos foram usados como prova.
No dia 8 de abril, quando foi apreendido, em seu depoimento, ele nega as acusações de agressão, mas devido às provas conquistadas pela investigação, como fotos e laudos médicos, a versão do acusado foi desmentida.
"Essa criança narrou e confirmou as agressões cometidas pelo indiciado, conhecido pelo nome político de Jairinho. Toda versão apresentada por Dr. Jairinho foi derrubada pelas provas documentais e pelo depoimento", disse o delegado Adriano Marcelo França.
"Em determinados momentos ele diz não estar com determinadas crianças e em determinados locais. Porém, fotos mostram o contrário. A mãe dessa criança não foi indiciada. O crime aqui é de tortura majorada, por ser criança e por um período de dois anos", declarou Adriano.
O delegado Felipe Curi, diretor do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE), também comentou sobre o caso."Essa investigação surgiu no bojo do caso Henry. A responsável legal por uma criança, que entre os anos de 2010 e 2013, sofreu agressão comprovada pela investigação. A época, essa criança tinha entre 3 e 5 anos. Essa criança sofreu uma série de violências e até tortura", disse o delegado.
“Por medo, ela acabou não denunciando. Com o caso do Henry, ela criou coragem e acabou denunciando. Esse caso não tem nada a ver com o caso Henry, mas surgiu no bojo da investigação. Esse caso serve para corroborar o perfil violência do Dr. Jairinho contra menores filhos das pessoas que ele tem relacionamento amoroso. Isso ficou comprovado na investigação que foi concluída e na investigação que está em andamento”, completou o delegado Curi.
Os investigadores ainda compartilham que mãe da menina não foi indiciado, pois, no caso, ele é tratada como vítima de violência doméstica por Jairinho.
A defesa do vereador disse não ter condições de comentar sobre o caso. “Eu recebi a cópia integral do inquérito, vou analisar e dou um posicionamento ainda essa semana sobre o indiciamento”, declarou Brás Santana, advogado de defesa de Dr. Jairinho.
Um outra investigação acontece para descobrir uma possível agressão de Jairinho a um menino, também filho de uma ex-namorada. Na época, criança tinha três anos quando foi agredida e vítima contou que saiu um dia com o vereador e voltou com um fêmur (osso da coxa) quebrado.
A investigação sobre a morte do menino Henry continua em andamento no mesmo momento em que inquéritos de agressões são apurados.