A CPI da Covid será oficialmente instalada nesta terça-feira (27) e nomeará seus membros, presidente, vice e relator. Mesmo com desvantagem numérica na composição da comissão, o Planalto escalou uma 'tropa de choque' para blindar o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).
Articulador
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, assumirá a função de articular politicamente com os senadores que integram a CPI da Covid. Mesmo com divergências internas quanto a estratégia a ser utilizada, o entendimento é de que o ex-ministro da Casa Civil e da Cidadania possui uma experiência parlamentar com negociações no congresso.
Coordenador
Luiz Eduardo Ramos, ministro-chefe da Casa Civil, adquiriu a função de coordenar respostas e alinhar os discuros apresentados por todos os ministérios do governo Bolsonaro. O órgão foi o responsável pela elaboração do documento com 23 possíveis acusações usadas pela oposição na comissão parlamentar.
A 'memória'
Senadores que integram a base governista e ministros da gestão Bolsonaro avaliam que o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, e Élcio Franco, então 'número dois' na pasta, representam a " memória " da defesa do governo. Ambos serão os principais alvos dos senadores opositores.
Derrota estrutural
O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) concorrerá à presidência da CPI contra Omar Aziz (PSD-AM), tido como um senador independente. Porém, a avaliação é de que o parlamentar cearense conseguirá apenas votos do 'núcleo duro'. Das 11 vagas titulares do colegiado, apenas 4 - Girão, Ciro Nogueira (PP-PI), Jorginho Mello (PL-SC) e Marcos Rogério (DEM-RO) - são ocupadas por congressistas ' confiáveis ' a Bolsonaro. Randolfe Rodrigues (Rede-AP) como vice, é de oposição. Renan Calheiros (MDB-AL) na relatoria também desagrada o governo.