Em depoimento prestado na sexta-feira, ao qual O DIA teve acesso, a ex-mulher do vereador Jairinho, Ana Carolina Netto, contou que encontrou Jairinho horas após o assassinato de Henry, na festa de aniversário da sua ex-cunhada, em Bangu.
A nutricionista afirmou à polícia que soube da morte de Henry através do motorista de Jairinho, que foi ao consultório dela buscar contas dos filhos, ainda no dia 8 de março. "Ele disse que o menino havia falecido mas não soube explicar o motivo, só dizendo que Jairinho estava no hospital", afirmou, em trecho do documento. Henry faleceu na madrugada daquele dia.
Na mesma data, à noite, a nutricionista relata que levou seus filhos, do casamento de Jairinho, ao aniversário de Thalita, sua ex-cunhada, onde encontrou Jairinho. "Que na residência, encontrou JAIRINHO e a família deste, em um clima pesado; Que JAIRINHO estava, a maior parte do tempo, dentro do quarto conversando com seu pai, coronel JAIRO".
Investigadores ouvidos pela reportagem afirmaram que provavelmente na conversa que teve com o pai, o coronel Jairo Souza, já estavam discutindo uma possível defesa. Na ocasião, coronel Jairo teria indicado o seu próprio advogado, André França, que o defende em um caso de corrupção descoberto pela Lava Jato, para a defesa do filho.
Durante a festa, Ana Carolina conversou com Jairinho, que relatou brevemente o que tinha acontecido, na versão dele. "(perguntou o que) havia ocorrido com HENRY, este (Jairinho) respondeu que MONIQUE o teria encontrado passando mal, razão pela qual o levaram ao hospital correndo, mas que não sabia o que havia ocorrido, não sabendo explicar; Que JAIRINHO não quis estender muito o assunto, respondendo às perguntas da declarante, em razão da presença das crianças".
Conforme reportagem do DIA antecipou ontem, a nutricionista relatou, no mesmo depoimento, que apanhou a caminho da lua de mel com “chutes na canela”, em 2013. A agressão ocorreu após uma discussão motivada pela descoberta de mais uma amante do marido.
O casamento oficial ocorreu após 15 anos de relacionamento, em 2013, data da agressão. Na ocasião, ela registrou o caso na delegacia e fez exame de corpo de delito, mas voltou atrás. No mesmo relato, ela disse que nunca agrediu os filhos do casal e que o episódio de agressão física foi o único. Mesmo presos, Monique e Jairinho insistem na versão de acidente doméstico.