Dados do Centro de Contingência da Covid-19 do governo de São Paulo mostram que o perfil das pessoas contaminadas pela doença que necessitam de atendimento médico vem mudando.
Adultos entre 30 e 50 anos , sem doença prévia, vem ocupando mais leitos de UTI. Entre todas as faixas etárias, cerca de 100 pessoas foram internadas diariamente, e entre esse grupo de adultos, houve um salto de 5,3%.
Para o secretário de Saúde do estado, Jean Gorinctheyn , o perfil dos internados com Covid-19 é diferente do observado durante o primeiro pico da pandemia, em julho do ano passado:
"O aspecto clínico dos pacientes é diferente daquele que víamos na 1ª onda. Antes eram idosos e portadores de doenças crônicas, o que chamamos de comorbidade. Hoje é de 60% mais jovens, na faixa de 30 a 50 anos sem doença prévia. E o tempo que estão ficando na UTI é maior. Tínhamos antes média de 7 a 10 dias de internação, agora está em 14 a 17 dias de internação no mínimo em UTI", revela em entrevista ao jornal Estado de S.Paulo.
Durante coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (1), a equipe do governador João Doria (PSDB) anunciou que o estado paulista atingiu um recorde de ocupação de UTIs, que está em 73,2%, contra 67,9% na semana passada.
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“São pacientes mais jovens e que permanecem por período mais prolongado nas unidades de internação. Muitas vezes está com oxigenação baixa, mas sem que o indivíduo sinta. Aí se comprova o quanto já existe de comprometimento dos pulmões. Acham que só vão perder o paladar e o olfato, mas acabam perdendo a vida.", analisa Gorinchteyn.
Durante o final de semana, a fiscalização fez 286 autuações devido ao descumprimento das regras de circulação e do horário de funcionamento de estabelecimentos e descumprimento do uso de máscaras.
Em relação aos altos números de autuações devido ao descumprimento das leis em vigor, o secretário subiu o tom e alertou a população:
"Precisamos que a população mude o comportamento. É vergonhoso o que vimos no fim de semana, com o número de autuações, com a forma que se expõem ao risco e levam o vírus para casa, matando mães, pais, tios e avós e se matando".