Levantamento feito pelo Conselho Federal de Farmácia (CFC) divulgado no mês de fevereiro mostrou que no estado de Pernambuco houve um grande aumento de compra de remédios sem eficácia contra o novo coronavírus (Sars-Cov-2).
A ivermectina , em relação a 2019, registrou aumento de 615% em 2020. Os números superam a média nacional, que ficou em 557%. A hidroxicloroquina, amplamente divulgada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), teve aumento de 81% no estado.
A FDA, agência regulatória dos Estados Unidos , contraindica a Cloroquina desde o ano passado, alertando para graves efeitos colaterais, como arritmia e lesão nos rins.
Em relação a Ivermectina, que tem como principal função agir contra parasitas internos, como sarna e piolho, não é eficaz contra a Covid-19 .
Você viu?
A farmacêutica Merck, responsável pela fabricação da medicação, declarou em comunicado emitido recentemente “que não há dados disponíveis que sustentem a eficácia do vermífugo contra a Covid-19”.
Frederico Fernandes, presidente da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia, publicou em suas redes sociais um relato de um jovem, com sintomas leves de Civd-19, que ao tomar uma ‘superdose’ de Ivermectina, teve piora no quadro de saúde:
“Muito triste ver uma pessoa jovem a ponto de precisar de transplante [de fígado] por usar uma medicação que não funciona em uma situação que não precisa de remédio algum”, relata o médico.
“A diferença entre veneno e remédio é a dose, todos eles têm toxicidade. É preciso regular a dosagem e administrar em quem realmente precisa e para sua real finalidade”, alerta José de Arimatéia Rocha Filho do Conselho Regional de Farmácia de Pernambuco (CRF-PE) sobre o uso dos medicamentos.