Tenente-coronel Evanilson
Marcelo Brandt/G1
Tenente-coronel Evanilson

Na terça-feira (09), durante uma palestra em uma conferência virtual, o Evanilson de Souza, tenente-coronel da Polícia Militar de São Paulo, sofreu ataques racistas enquanto falava sobre um projeto desenvolvido pelo mesmo, que combate o racismo na corporação. Um dos participantes começou a deferir ofensas ao policial através da tela compartilhada. As informações foram apuradas pelo G1. 

A palestra era para uma conferência internacional organizada pelo curso de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo ( USP ) e contava com a presença de Souza como palestrante. Elizeu Soares Lopes, ouvidor da polícia prestou apoio ao tenente-coronel e segundo a Polícia Militar, ele deverá resgistrar um boletim de ocorrência nesta quarta-feira (10). 

O policial de 50 anos, é responsável pelo 11° Batalhão da PM, localizado na área dos Jardins e Consolação, região central de São Paulo . Em entrevista em dezembro de 2020, Souza havia contado um pouco sobre sua participação na revisão do  manual de Direitos Humanos da Polícia Militar . De acordo com ele, o atual manual tem como intuito de contribuir para a desconstrução do racismo estrutural. 

Ofensas racistas
Reprodução/ TV Globo
Ofensas racistas

"O negro tem pressa, porque é muito tempo sofrendo a mesma coisa. O racismo está enraizado nas pessoas historicamente e culturalmente e elas não percebem isso, disse Evanilson na entrevista. 

Segundo o tenente-coronel, a ideia de atualizar o manual tem a intenção de causar uma reflexão sobre como o racismo se encontra presente na nossa rotina e que os policiais paulistas se conscientizem sobre atos racistas nas ruas, em suas corporações e também atos próprios, para que tais atitudes possam ser corrigidas. Ele ainda relata na entrevista que já passou por uma situação preconceituosa. 

"É importante mostrar para as pessoas que o racismo existe, que não é exagero, não é só um costume, uma brincadeira, um jeito. Porque é cultural e tradicional dessa forma [de discriminação]. É um racismo estrutural da sociedade que se arrasta até os dias de hoje. Não será uma caça às bruxas, mas não vamos mais tolerar discriminações de nenhuma forma", declarou o Evanilson à reportagem.  

Nem o Evanilson de Souza e a USP prestaram depoimentos sobre o acontecimento até o momento sobre o racismo ocorrido durante a palestra na conferência.  

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