O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) diz que o suposto esquema comandado pelo prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), preso nesta terça-feira (22) , pode ter arrecadado cerca de R$ 50 milhões em propina.
Segundo Ricardo Martins, subprocurador-geral de Justiça de Assuntos Criminais e Direitos Humanos, a preferência dava preferência ao pagamento de empresas que reembolsavam os membros da organização criminosa com propinas.
"Apesar de toda a situação de penúria [dos cofres públicos], que não têm dinheiro nem para o pagamento do décimo terceiro [dos servidores], muitos pagamentos eram priorizados em razão da propina", afirmou. De acordo com Martins, há evidências de que a "organização criminosa não se esgotaria" no dia 31 de dezembro, quando se encerraria o mandato de Crivella — por isso o pedido de prisão e afastamento do prefeito a nove dias do fim do seu mandato.
Além de Crivella, foi pedida prisão preventiva do empresário Rafael Alves, irmão de Marcelo Alves — ex-presidente da Riotour; do delegado aposentado José Fernando Moraes Alves; do ex-tesoureiro da campanha, Mauro Macedo; e Christiano Borges Stocler Campos
. O ex-senador Eduardo Lopes também foi alvo de mandado, mas não foi encontrado pelos oficiais.
Pela manhã, Marcelo Crivella negou as acusações e disse estar sendo vítima de "perseguição política". Ele e mais 25 alvos foram denunciados pelo MP pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva.