O Centro de Operações da prefeitura do Rio relatou a falta de imagens de certos pontos da cidade, principalmente na Zona Sul
Luiza Moraes / Agência O Globo
O Centro de Operações da prefeitura do Rio relatou a falta de imagens de certos pontos da cidade, principalmente na Zona Sul

Um crime cada vez mais comum na cidade deixou o  monitoramento do trânsito de parte do Rio às cegas nesta terça-feira (24). Bandidos tentaram furtar, durante a madrugada, os cabos da rede de 50 câmeras que permitem o controle do tráfego na Zona Sul. Eles danificaram mil metros de cabos, fazendo também com que sinais fossem desligados em ruas de bairros como Lagoa, Jardim Botânico, Humaitá, Botafogo, Flamengo, Catete e Glória.

O prejuízo foi de R$ 10 mil. O presidente da CET-Rio, Aírton Aguiar, disse que a prefeitura gasta cerca de R$ 500 mil por ano para reparar esse tipo de dano na rede. Na tentativa de achar fios de cobre , ladrões cortam os cabos . Mas, ao constatarem que são de fibra ótica e não têm valor comercial, eles picotam os fios, como aconteceu na segunda-feira.

"O prejuízo não é apenas para os cofres públicos. As câmeras são importantes para ajudar na fluidez do tráfego e também na segurança das vias. Hoje (terça-feira) havia uma manifestação em frente ao Palácio Guanabara pela manhã, e não tínhamos como saber como estava o trânsito nas imediações. As imagens também ajudam a Polícia Civil na elucidação de crimes. Diariamente, recebemos solicitações de imagens em vários pontos da cidade", explica Aguiar.

Cidade vigiada

A troca dos cabos danificados só deve ser concluída hoje. Atualmente há cerca de 600 câmeras de monitoramento no Rio. Alexandre Cardeman, chefe-executivo do Centro de Operações Rio (COR), afirmou que a cidade precisa estar conectada para que os agentes públicos possam atuar nas vias.

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"É uma situação recorrente. Também falta luz em túneis, e houve aumento no número de sinais apagados. Nós temos a estrutura, mas ela, infelizmente, está sofrendo com a questão da segurança".

Em nota, a prefeitura afirmou que o furto de cabos prejudica os cariocas e as finanças públicas. Destacou ainda que este é um problema de segurança e que “cabe à Polícia Militar fiscalizar, bem como à Polícia Civil investigar”, diz o texto.

Sobre os furtos de cabos que prejudicam a iluminação, a Rioluz informou que os pontos onde os crimes acontecem com mais frequência são nos túneis Noel Rosa (Vila Isabel), do Joá e Sá Freire Alvim (Copacabana). Mas também ficam sempre às escuras as passagens subterrâneas da Avenida Chile, no Centro, e as do Aterro do Flamengo. Nem mesmo vias com grande movimento, como a Linha Vermelha e a Avenida Brasil, escapam dessas quadrilhas. Em 2019, a Rioluz registrou o furto de 48.532 metros de cabo em sua rede, o que representa um prejuízo de R$ 327.720,66. Já no primeiro semestre deste ano, o gasto foi de R$ 112 mil, com o furto de 12.105 metros de fios.

Ferros-velhos no alvo

Procurada, a Polícia Civil informou que, em caso de furto de cabos, a concessionária prejudicada deve registrar o caso em uma delegacia. Acrescentou que esses crimes têm sido investigados de “forma sistemática” e que operações em ferros-velhos são feitas com frequência para reprimir a receptação de fios e cabos furtados nas ruas.

O professor de Engenharia de Transportes da PUC-Rio José Eugênio Leal ressalta que o caso é, de fato, uma questão se segurança pública : "é impossível garantir a fluidez do trânsito da cidade sem acompanhar as imagens. Esse monitoramento permite a mobilização de agentes nos locais necessários. Além de inibir bandalhas nas ruas, as imagens ajudam na segurança da cidade".

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