Um ex-fiscal da unidade do supermercado Carrefour em Porto Alegre onde João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, foi morto após ser espancado por seguranças na última quinta-feira (19) afirmou que a gerência permitia o "emprego de violência" em clientes que "estavam causando problemas". O ex-funcionário prestou depoimento à polícia como parte das investigações. As informações são portal UOL .
De acordo com o homem, o uso da violência ocorria também para que suspeitos confessassem "furto ou confusão ocorrida no interior do estabelecimento". Na unidade específica onde houve o crime, ele ainda disse que há uma sala sem câmeras de segurança próxima de onde Beto, como era conhecida a vítima, foi agredido.
Em casos como os de Beto, ele declarou que é "usual a prática dos seguranças do local de imobilizar suspeitos e levar até a referida sala para que nada fosse gravado pelo sistema de segurança".
O ex-fiscal trabalhou na unidade por dois meses, no final do ano passado. O homem afirmou que "era comum, ao desconfiarem de algum furto de bens, serem tomadas providências sob a orientação da gerência da segurança e da líder da loja". Na época, essa função era exercida por uma funcionária que ele identificou como "sra Adriana".
Segundo o ex-funcionário, as providências consistiam em "constrangimento dos clientes suspeitos através de acompanhamento dentro da loja por fiscais e mensagens de rádio em volume alto para que todos que estivessem próximos ouvissem e a pessoa se sentisse desconfortável a ponto de devolver eventual mercadoria furtada".