Pouco menos de dois anos após o rompimento da barragem em Brumadinho, a mineradora Vale tenta acordo para pagar indenização menor pelo crime cometido, que deixou 272 mortos e ainda tem 11 corpos desaparecidos. A Vale oferece pagar R$ 33 bilhões a menos em acordo para indenização pelos prejuízos provocados.
A ação movida na Justiça pelo poder público pede indenização de R$ 54 bilhões, mas a Vale quer pagar R$ 21 bilhões, de acordo com o secretário-geral de Estado de Minas Gerais, Mateus Simões.
A ação de R$ 54 bilhões, que a mineradora busca reduzir o valor, é movida pelo governo mineiro, a Defensoria Pública e o Ministério Público, e prevê ressarcimento aos cofres públicos por perdas tributárias, destruição de infraestrutura e danos morais coletivos. Indenizações pessoais não estão incluídas nesse cálculo.
Desse total de R$ 54 bilhões, R$ 26 bilhões são para indenização do estado e R$ 28 bilhões teriam como fim danos morais coletivos e sociais. A proposta de pagar R$ 21 bilhões feita pela mineradora já foi recusada em audiência de conciliação realizada na terça-feira (17), no Tribunal de Justiça de Minas.
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) confronta o governo de Romeu Zema (Novo) sobre a falta de comunicação com as famílias atingidas pelo rompimento da barragem em Brumadinho . Segundo o movimento, as negociações são feitas apenas entre a Vale e o estado, sem os principais interessados, as vítimas, participando.
"A Vale permanece empenhada em reparar, integralmente, os danos causados pelo rompimento da barragem de Brumadinho. O acordo entre a empresa, o Governo de Minas e as instituições de Justiça segue em negociação no Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania, órgão de mediação do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Ainda não há definição de valores para um eventual acordo" , informou a Vale em nota.