O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) afirmou nesta terça-feira (17) que o atraso na totalização e divulgação dos votos
não deve ocorrer no segundo turno das eleições, marcado para 29 de novembro.
A conclusão está em uma nota técnica divulgada pelo tribunal, na qual a Corte também garante que o problema está sendo resolvido. “Equipes técnicas do TSE e da Oracle entendem que a falha no plano de execução no primeiro turno não se repetirá no segundo turno, em 29 de novembro, tendo em vista que o otimizador já está calibrado para processar um volume maior de informações de forma célere”, diz o relatório.
No domingo (15), o atraso de três horas na divulgação dos resultados foi provocado pela falta de calibragem na inteligência artificial de um supercomputador, operado pela empresa de tecnologia Oracle.
Diante do problema na leitura dos dados, um dos oito processadores travou e a totalização apresentou lentidão. O supercomputador foi comprado em março, mas chegou ao tribunal somente em agosto, devido à pandemia da covid-19.
Não houve tempo necessário para fazer todos os testes antes do primeiro turno. Dos cinco testes que foram planejados, somente dois foram realizados.
O volume maior no trafego de dados ocorreu porque o TSE passou a centralizar a totalização dos votos de todas as urnas do país . Nas eleições passadas, o trabalho era feito pelos tribunais regionais eleitorais. A mudança foi feita para aumentar a segurança das informações e para conter custos.
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Segundo o tribunal, a unificação da totalização no TSE protege o sistema de transmissão de votos contra eventuais hackeamentos nos 27 tribunais regionais eleitorais (TREs). Mais cedo, o presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, pediu desculpas aos colegas da Corte e à sociedade brasileira pelo atraso na divulgação dos resultados.
“Peço desculpas aos colegas e à sociedade brasileira por essa dificuldade que enfrentamos, mas esclareço que não houve nenhum tipo de comprometimento para fidedignidade do voto, para a fidelidade da manifestação da vontade popular”, garantiu o ministro na abertura da sessão do tribunal.
Ele explicou que o resultado da votação é definido na urna eletrônica e não há como os votos serem alterados durante o processo de envio dos dados para o TSE , que realiza a totalização, ou seja, a soma dos votos recebidos pelos candidatos em todo o país.
Segundo o ministro, os partidos políticos podem checar se os votos dados aos candidatos foram totalizados por meio do boletim de urna, o relatório impresso afixado na porta das seções eleitorais após o fim da votação.
“Nunca aconteceu de haver uma inconsistência entre uma coisa e outra. Portanto, houve um pequeno atraso para a totalização dos 113 milhões de votos , que foi totalmente irrelevante para a fidelidade do resultado que foi divulgado”, afirmou.