O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, determinou, nesta quinta-feira (15), que o senador Chico Rodrigues, líder do governo no Senado, seja afastado do cargo por 90 dias.
A determinação de Barroso será enviada ao Senado, que vai dar a palavra final sobre o afastamento do parlamentar. O senador foi alvo de operação da Polícia Federal autorizada pelo STF e deflagrada nesta última quarta-feira (14), em Roraima. Durante as buscas, o político foi flagrado com dinheiro na cueca.
Ao decidir pelo afastamento, o ministro aponta a "gravidade concreta" do caso e diz que Rodrigues deve ser impedido de utilizar o cargo para atrapalhar as investigações.
"A gravidade concreta dos delitos investigados também indica a necessidade de garantia da ordem pública: o Senador estaria se valendo de sua função parlamentar para desviar dinheiro destinado ao enfrentamento da maior pandemia dos últimos 100 anos, num momento de severa escassez de recursos públicos e em que o país já conta com mais de 150 mil mortos em decorrência da doença", afirma Barroso.
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Barroso, entretanto, negou pedido de prisão do parlamentar e de confinamento domiciliar. Para ele, contudo, o afastamento foi necessário.
"Diante da não configuração de situação de flagrância e da fundada dúvida sobre a possibilidade de decretação de prisão preventiva, impõe-se o afastamento do Senador da função parlamentar, de modo a impedir que se utilize de seu cargo para dificultar as investigações ou para, ainda mais grave, persistir no cometimento de delitos", afirmou o ministro.