A polícia investiga a morte de uma paciente que estava internada no Hospital Salgado Filho, no Méier, na Zona Norte do Rio , mas que desapareceu e foi encontrada morta no Cachambi, no último fim de semana. Valéria Muniz de Carvalho, de 52 anos, deu entrada na quinta-feira (17) com uma fratura no calcanhar. Após ser examinada e medicada, foi preparada para ser submetida a uma cirurgia. Mas ela sumiu da unidade, e a família só descobriu que ela não estava mais internada quando foram visitá-la. O corpo estava no Instituto Médico-Legal (IML), após ter sido encontrado no Cachambi. A informação foi dada pelo site "G1" e confirmada pelo EXTRA.
Segundo a Secretaria municipal de Saúde (SMS), a paciente não recebeu alta e não tinha autorização para sair do hospital. Câmeras de segurança da unidade mostram que Valéria saiu por volta das 5h de sábado, dia 19, pela emergência, por onde entram e saem os pacientes atendidos no setor. As imagens foram entregues pela instituição à polícia.
O namorado de Valéria, com quem a paciente morava, procurou o hospital no domingo, dia 20, e foi orientado a ir à unidade na segunda-feira, dia 21, para ser atendido pelo Núcleo Estratégico de Apoio às Famílias (NEAF), que deu todas as informações sobre o tratamento e saída da paciente. O caso é investigado pela 23ª DP (Méier). Segundo a Polícia Civil, diligências estão sendo realizadas e o delegado aguarda o resultado do laudo pericial.
Saída sem controle
Indagada pelo EXTRA se não há um controle dos pacientes que estão internados, principalmente a saída deles sem um documento de alta médica, a SMS justifica que "não tem como distinguir se a paciente era do setor da enfermaria ou não, pois vários saem com imobilização". A Secretaria municipal de Saúde disse, ainda, que, o Hospital Salgado Filho "tem sim controle nos seus acessos, com vigilantes em todas as entradas e saídas da unidade".
"Valéria era uma paciente lúcida e deixou a unidade sem autorização de alta, não havendo portanto nenhum documento assinado- isso só acontece na situação quando o paciente solicita “alta a pedido” e assina termo de responsabilização por interromper o tratamento médico. É preciso deixar claro que não há como impedir, em casos como a da Sra. Valéria, que o paciente fique internado contra a sua própria vontade. ", diz a nota da SES.