Com a volta às aulas em curso ou programada em alguns estados brasileiros, uma nova questão de saúde, além da pandemia, preocupa: apenas metade das crianças tomou as vacinas necessárias para sua faixa etária até agora.
Dados do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações, do Ministério da Saúde, indicam que até o dia 8 de setembro, apenas 52% dos bebês, crianças e adolescentes estão em dia com suas cadernetas de vacinação.
Para o pediatra Marco Aurélio Safadi, chefe da equipe de Infectologia do Hospital Infantil Sabará, em São Paulo, o número é “dramático”.
"É muito preocupante. Na população pediátrica, as doenças imunopreveníveis na maior parte das vezes são mais graves que a Covid-19 . Essas doenças estavam controladas, mas quando se fragiliza a cobertura, não se coloca só as crianças em risco, mas a população toda, porque abre espaço para que essas doenças retornem. A gente não tinha sarampo havia muito tempo. Quando chegou há alguns anos, voltou a circular fortemente", afirma.
"Com o retorno das aulas e a flexibilização das atividades, a vacinação é essencial. Em nenhum momento deveria ter sido negligenciada".
Em 2019, pela primeira vez em 20 anos, nenhuma vacina do calendário atingiu a meta entre crianças e bebês. A queda na adesão já vem sendo registrada há cerca de cinco anos.