A juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói, determinou nesta quinta-feira (3) que os filhos da deputada Flordelis dos Santos de Souza presos pela morte do pastor Anderson
do Carmo sejam colocados em presídios diferentes. A ordem atende a um pedido do advogado Ângelo Máximo, que representa o pai do pastor Anderson do Carmo. Na petição, o advogado cita que já houve “tentativas de manipulação de provas, combinações de narrativas e dissimulações”
no processo da morte do pastor.
Na última semana, três filhos da deputada foram presos, dois deles acusados de envolvimento no assassinato de Anderson e um na fraude de uma carta para tentar atrapalhar as investigações.
Na petição, o advogado afirma ter tomado conhecimento de que o trio está preso na mesma unidade prisional, a Joaquim Ferreira de Souza, no Complexo de Gericinó. Também está na mesma cadeia Flávio dos Santos Rodrigues, filho biológico de Flordelis que está preso desde a época do crime, acusado de ter atirado na vítima.
Ângelo também informa à juíza que Flávio dos Santos nunca foi transferido para a penitenciária Laércio da Costa Pellegrino, Bangu 1, unidade de segurança máxima. A ida de Flávio para a unidade, que havia sido determinada pela magistrada em dezembro do ano passado, foi novamente ordenada ontem. As filhas de Flordelis também terão de ser colocadas em prisões separadas.
Carta copiada na prisão
Os dois primeiros filhos de Flordelis presos pela morte do pastor Anderson, Flávio dos Santos e Lucas dos Santos ficaram na mesma unidade prisional, Bandeira Stampa, conhecida como Bangu 9, de setembro a outubro do ano passado. Nesse período, Lucas enviou uma carta para a deputada mudando sua versão do crime. A polícia concluiu que o rapaz recebeu a carta já pronta, dentro do presídio, para que apenas copiasse o texto.
Na correspondência, Lucas admitia que havia planejado a morte do pastor, inocentava Flávio e acusada outros dois irmãos que sequer eram investigados. Lucas acabou admitindo a fraude na confecção da carta e foi transferido para o presídio Tiago Telles, em São Gonçalo, onde está até hoje.
Procurada pelo EXTRA, a assessoria de imprensa da Secretaria de Administração Penitenciária informou que "todas as transferências e ingressos de presos nas unidades prisionais seguem critérios exclusivamente administrativos e judiciais, levando-se em conta o perfil do preso e ainda questões de segurança interna".