A corte especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) prorrogou nesta quarta-feira, pelo prazo de um ano, o afastamento do desembargador Mário Guimarães Neto, do Tribunal de Justiça do Rio, denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) sob acusações de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
O afastamento do desembargador foi levado para discussão da corte especial pelo relator do caso, o ministro Felix Fischer. Por unanimidade de votos, a corte especial manteve o afastamento pelo prazo de um ano, a contar a partir de hoje. Ainda não foi levado para julgamento a abertura da ação penal.
Ele está afastado do cargo desde abril deste ano, quando a Polícia Federal
cumpriu mandados de busca e apreensão em seus endereços para buscar novas provas de corrupção. O desembargador foi acusado pelo ex-presidente da Fetranspor Lélis Teixeira de favorecer o setor de ônibus em uma decisão judicial, em troca do pagamento de propina.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) apontou movimentação de "grandes quantias" de dinheiro em espécie por parte do desembargador do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) Mário Guimarães Neto e sua mulher, a advogada Gláucia Guimarães, na denúncia apresentada ao STJ em julho.
De acordo com as investigações, Gláucia recebeu depósitos em dinheiro vivo que totalizaram R$ 1,6 milhão entre 2012 e 2019, incluindo repasses de um funcionário do gabinete do desembargador.
A defesa do desembargador tem negado as acusações e apontado que ele e sua mulher possuíam vidas financeiras "independentes".