Uma professora da educação básica da rede estadual foi demitida pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo após publicar em uma rede social mensagens dizendo que a menina de 10 anos estuprada pelo tio "tinha vida sexual há quatro anos" e que o caso não se trata de "violência". A exoneração do cargo aconteceu nesta quarta-feira (19).
"Ela já tinha vida sexual há quatro anos com esse homem. Deve ter sido bem paga", disse Eliana Nuci de Oliveira. Em um segundo comentário, ela chegou a dizer que "criança se defende chorando para a mãe. Esta menina nunca chorou porquê?".
A criança , que foi violada dos 6 aos 10 anos de idade e engravidou, tem o pai preso e a mãe morta. A menina vivia sob os cuidados da avó e do avô, que vivem da venda de coco como ambulantes, em uma praia do Espírito Santo .
"[Ela foi] demitida imediatamente para não estar próxima de nossas crianças e jovens", disse o secretário da pasta, Rossielli Soares da Silva, para a coluna de Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo.
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Na visão de Rossielli , "é um absurdo uma profissional que deve ser educadora e defensora da infância afirmar que não é uma violência. Repúdio total a qualquer um que defenda um absurdo".
Relembre o caso
A menina de 10 anos
foi estuprada na cidade de São Mateus, no Espírito Santo e engravidou. O suspeito de ter cometido o crime é o tio da menina, detido nesta terça-feira (18).
Autorizada pela Justiça a realizar um aborto legal, a criança realizou o procedimento em Recife, no Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros ( Cisam ). A avó e ela tiveram que entrar no local escondidas em um porta-malas para evitar o foco de protestos de grupos fundamentalistas.
A menina teve alta nesta quarta-feira (19) e os detalhes não foram repassados pela equipe médica responsável para proteger a imagem da criança.