Líderes de terreiros afirmam que o orixá Xangô alertou para que reabertura não aconteça agora
Foto: Mario Tama / Agência O Globo
Líderes de terreiros afirmam que o orixá Xangô alertou para que reabertura não aconteça agora


Na última sexta-feira (24), Salvador, capital da Bahia , viu sua capacidade de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ficar abaixo de 75% por cinco dias consecutivos. Por este motivo, foi permitida a reabertura de shoppings, comércios e templos religiosos. No entanto, lideranças de terreiros do candomblé , umbanda e caboclo do estado não abriram as portas.



Ao jornal Folha de S.Paulo, alguns líderes afirmaram que preferiram manter as portas fechadas para seguir as orientações de segurança da Organização Mundial da Saúde (OMS). Outros temem perseguição por realizar cultos em horários diferentes do permitido pela Prefeitura.

Muitos afirmaram, ainda, que receberam a orientação diretamente dos orixás, principalmente de Xangô, que é o orixá da Justiça. O ministro de Xangô, chamado obá odofin e presidente da Sociedade Cruz Santa do Afonjá, Ribamar Daniel, afirmou que não se pode contestar um aviso de orixá. “Tem que aceitar e pronto”, afirmou ao jornal.

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Os líderes de terreiros afirmam que as oferendas acontecem mesmo com as portas fechadas, mas apenas para quem mora na casa e com todos fazendo uso de máscara. Outros não recebem ninguém.

Segundo a Associação Brasileira de Preservação da Cultura Afro-Ameríndia (AFA), Salvador conta com 1.738 terreiros . O órgão foi consultado pela secretaria municipal de Reparação, mas as diretrizes não foram aceitas. Além do horário, as cerimônias também conta com divisão de alimentos e não possuem assentos.

“Essas medidas podem funcionar para igrejas católicas e neopentecostais, mas é completamente diferente da nossa forma de celebração”, afirmou Leonel Monteiro, presidente da AFA, à Folha de S.Paulo.

Monteiro afirma ainda que existe um protocolo próprio para a reabertura de terreiros em Salvador . A orientação atual é que todos se mantenham fechados para que as autoridades não “fechem os terreiros” e “criminalizem os cultos”.

A orientação visa ainda proteger as pessoas mais velhas, que são consideradas figuras fundamentais no candomblé. Segundo a OMS, pessoas que têm mais de 60 anos estão incluídas no grupo de risco do novo coronavírus .

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