Muitos terreiros funcionam juntos às residências dos praticantes, o que aumentaria o risco de contaminação da Covid-19
Foto: Mario Tama / Agência O Globo
Muitos terreiros funcionam juntos às residências dos praticantes, o que aumentaria o risco de contaminação da Covid-19

Com um cenário de em média mil mortes diárias por Covid-19 no Brasil,  líderes religiosos têm recomendado cautela aos fiéis na retomada das atividades presenciais em igrejas, templos e terreiros. No fim de semana, o cardeal-arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, pediu aos idosos que evitem ir às missas e assistam às celebrações em casa, pela televisão ou internet.

O babalawo Ivanir dos Santos também acha que não é prudente abrir os terreiros das religiões de matriz africana num momento em que o número de mortes pela Covid-19 ainda é crescente. Ele alerta também para o fato de muitos terreiros de candomblé e umbanda funcionarem juntos às residências dos praticantes, o que aumentaria o risco de contaminação.

"A ampla maioria não vai funcionar, tem muita gente fazendo (as celebrações) pela internet. A mortalidade ainda está crescendo e o pedido é para o nosso pessoal se preservar. Até porque muitos dos nossos templos são também a nossa residência", disse.

Nota oficial numa rede social da União Espírita de Umbanda do Brasil também faz o alerta pela necessidade de preservação da vida. "Em quase 81 anos de história a UEUB sempre lutou em defesa da vida e da dignidade da pessoa humana. Por essa razão, não encontra sentido em uma suposta urgência em impelir as instituições religiosas a retomarem suas atividades, contrariando as recomendações da Organização Mundial de Saúde", diz o texto.

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O diretor da Federação Israelita do Rio de Janeiro (Fierj), Paulo Maltz, reafirmou que foram passadas orientações para as cerca de 20 sinagogas da cidade, como fornecimento de máscara e álcool em gel, além de garantir o distanciamento entre os frequentadores. Mas, alertou que a decisão de abrir ou não caberá a cada administração juntamente com o seu respectivo rabino.

"Nossa recomendação é não abrir, mas cada sinagoga é autônoma para decidir o que fazer, obviamente respeitando as normas exigidas pelas autoridades sanitárias", explica Maltz.

No primeiro domingo após a retomada das missas presenciais, durante a pandemia do novo coronavírus, centenas de fiéis, a maioria com mais de 65 anos, compareceram à Catedral Metropolitana, no Centro, onde a celebração foi conduzida pelo pároco Cláudio dos Santos. Os participantes tiveram que se cadastrar com antecedência por meio de aplicativo (Igrejas-ArqRio). Na porta, um funcionário mediu a temperatura e um censor controlou o número de pessoas.

"Quem é grupo de risco que fique em casa acompanhando as celebrações virtuais. É possível levar a comunhão até a porta das casas ou dos edifícios, de acordo com a demanda em cada paróquia", disse Dom Orani, que celebrou missa no sábado (4), primeiro dia da reabertura dos templos religiosos .

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