Em entrevista à série documental " A tirania da minúscula coroa " - que aborda a pandemia do novo coronavírus no Brasil - o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil, Sérgio Moro , disse acreditar na inserção permanente de mecanismos tecnológicos na maioria das atividades profissionais, com impacto no poder judiciário.
"Me parece certo que vão se aprofundar mecanismos de vídeoconferência para que o advogado ou promotor contatem o juíz e mesmo para realização de audiência", afirmou Moro , que comentou "uma resistência dos profissionais a esses mecanismos".
"Nós tentamos colocar no projeto de lei anticrime uma ampliação da ultilização de videoconferência pra evitar o transporte, às vezes arriscado, de presos para as audiências, mas não conseguimos aprovar por uma resistência enorme da OAB e por parte de alguns parlamentares. Eu acredito que se fosse hoje o cenário seria completamente diferente", disse.
O ex-ministro também aposta no uso de ferramentas tecnológicas como forma de facilitar visitas em cadeias e presídios do país. "Claro que não significa dar um Iphone para o preso ou coisa parecida. Significa que, dentro do estabelecimento carcerário, ele possa ter uma sala separada com supervisão para o contato com os seus familiares sem a necessidade de o familiar ter que fazer o deslocamento físico", sugeriu o ex-ministro.