Wilson Witzel e Edmar Santos, na época em que o oficial da PM ainda integrava o governo
Vera Araújo / Agência O Globo
Wilson Witzel e Edmar Santos, na época em que o oficial da PM ainda integrava o governo

 O governador do Rio, Wilson Witzel , voltou a se defender nesta quarta-feira, dia 15, sobre as investigações do seu envolvimento no esquema de irregularidades na Secretaria do Estado de Saúde (SES) durante a pandemia do coronavírus. Em vídeo e postagens em seu perfil oficial no Twitter, Witzel disse que "não era ladrão" e que trava uma "guerra contra a corrupção no estado". Desde que o ex-secratário de saúde Edmar Santos acertou uma delação premiada  com a Procuradoria-Geral da República (PGR), para apresentar provas contra o governador, ele tem se negado o envolvimento.


"Eu quero dizer ao povo do Estado do Rio de Janeiro. Fui juiz federal por 17 anos. Na minha carreira, tive uma vida ilibada. Fui considerado linha dura. Me elegi governador do Estado do Rio de Janeiro. Todas essas acusações levianas que estão sendo feitas contra mim é por parte de gente que não quer um juiz governando o estado do Rio de Janeiro. Não sou ladrão . Não deixarei que corruptos e ladrões estejam no meu governo. Eu peço ao povo do que acredite, porque nós vamos vencer essa guerra contra a corrupção", disse no vídeo.

Nesta manhã, o governo divulgou uma nota onde cita que, desde que surgiram as primeiras denúncias de possíveis irregularidades nas compras emergenciais e contratos firmados pela SES, Witzel "determinou a imediata quebra de sigilo desses documentos e abriu sindicância para apurar o autor do pedido de sigilo". Na mesma nota, o governo ainda afirma que "o papel da imprensa é mesmo o de fiscalizar" o que acontece com recursos públicos.

"Witzel reitera também que, nesse sentido, sua administração foi pioneira ao adotar, no Rio de Janeiro, o SEI (Sistema Eletrônico de Informações), onde são lançados todos os contratos e pagamentos do governo do Estado do Rio de Janeiro. Witzel tem ainda a convicção de que o papel da imprensa é mesmo o de fiscalizar e acompanhar tudo o que está sendo feito com recursos públicos", diz a nota.

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Em entrevista ao GLOBO, Witzel disse estar "tranquilo" em relação à delação do ex-secretário de Saúde Edmar Santos, que, segundo a colunista Bela Megale, entrega informações sobre corrupção na pasta envolvendo o governador.

"Se ele falou no meu nome, está mentindo. Não há a menor possibilidade de ele ter prova contra mim de ato ilícito. Estamos no início do processo criminal, e o que a Justiça tem feito tem que ser respeitado. Tem muita coisa mal explicada, como de onde veio o dinheiro ( R$ 8 milhões em espécie encontrados durante a operação do Ministério Público estadual na qual o ex-secretário foi preso, na sexta-feira da semana passada )", disse Witzel, por telefone

Edmar Santos foi secretário de Saúde do início do governo Witzel, em janeiro de 2019, até 17 de maio desse ano, quando foi exonerado após surgirem as primeiras denúncias de corrupção na pasta. Mas, um dia depois, ele virou secretário extraordinário para Acompanhamento da Covid-19, cargo que até então não existia. Em 28 de maio, ele se exonerou após a Justiça suspender sua nomeação.

O ex-secretário, que está preso deste o dia 10 de julho na Unidade Prisional da PM em Niterói, é acusado pelo Ministério Público de ser chefe de uma organização criminosa que atuava na secretaria de Saúde. Segundo as investigações, Santos e outros funcionários da pasta superfaturaram contratos de compra de respiradores para pacientes com Covid-19.

Witzel também é investigado pela compra dos respiradores, mas no STJ. A PGR já pediu que o STJ fique responsável por todos os processos relativos às fraudes na saúde no governo do Rio.


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