Não há evidência de que o Brasil esteja desenvolvendo imunidade coletiva contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2), segundo o braço latino-americano da Organização Mundial da Saúde.
A imunidade coletiva (ou de rebanho, como é tratada no Brasil) ocorre quando cerca de 65% da população é contaminada por um vírus ou imunizada por uma vacina. Com alta porcentagem de pessoas imunes, o alastramento do vírus é afetado diretamente.
Segundo Marcos Espinal, diretor do departamento de doenças infecciosas da Opas (Organização Pan-americana de Saúde), ainda não há evidências de que os anticorpos contra o novo coronavírus possam garantir qualquer proteção. “Os anticorpos começam a desaparecer depois de três meses que a pessoa teve a infecção”, diz ele.
Em uma coluna publicada no site O Globo, a microbióloga Natália Pasternak afirma que anticorpos podem não ser as únicas armas do organismo humano contra o novo coronavírus. De acordo com a pesquisadora, a memória imunológica pode preparar o organismo para o caso de uma segunda infecção.
“Quando somos expostos a um vírus, o mais comum é o sistema imune reagir de duas maneiras: primeiro, com células genéricas, num ataque mais grosseiro, depois, com células feitas sob medida para aquele vírus. Isso traz memória imunológica, que registra o vírus para ataques futuros”, explica a especialista.