Ex-mulher de Wassef ainda mantém contato com o advogado
Daniel Marenco/Agência O Globo
Ex-mulher de Wassef ainda mantém contato com o advogado

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) determinou a penhora de bens na mansão de Ana Cristina Boner, em Brasília. Ela é ex-mulher do advogado Frederick Wassef, que defendeu Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) até a semana passada e abrigou o ex-assessor Fabrício Queiroz em uma casa em Atibaia (SP).

Wassef e Cristina Boner não têm mais um relacionamento, mas continuam próximos. Quando Queiroz foi preso, Wassef estava em Brasília na casa da ex-mulher, no Lago Sul. O terreno, à beira do lago, tem 50 mil metros quadrados, três piscinas e 2 mil metros quadrados construídos.

A penhora será feita para quitar uma dívida de cerca de R$ 40 mil em uma das ações judiciais a respeito da partilha de bens entre Maria Cristina Boner e seu ex-marido, Bruno Basso. A disputa se estende desde 2008, quando Cristina e Wassef começaram a se relacionar. Ela e Basso brigam por cerca de R$ 200 milhões na Justiça.

Um dos advogados que defende Cristina Boner na ação em que foi determinada a penhora é Paulo Emílio Catta Preta, hoje também advogado de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro.

A juíza Grace Correa Pereira Maia, do TJDFT, determinou a penhora "sobre bens de elevado valor ou que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida".

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A Globalweb, empresa de Cristina Boner, presta serviços na área de tecnologia da informação. Conforme revelou o UOL, a empresa recebeu mais de R$ 41 milhões em contratos com pelo menos nove órgãos do governo Bolsonaro desde o início de 2019. O governo Bolsonaro suspendeu uma multa de R$ 27 milhões a um consórcio que inclui a empresa de Cristina.

O ex-assessor Fabrício Queiroz foi preso na semana retrasada em Atibaia, numa casa usada como escritório do advogado Frederick Wassef, que deixou a defesa do senador Flávio Bolsonaro logo depois do episódio.

Histórico na Justiça

A empresária Maria Cristina Boner, hoje afastada da gestão da Globalweb, tem um longo histórico de acusações na Justiça. Em 2009, foi flagrada na Operação Caixa de Pandora no Distrito Federal — sua empresa teria patrocinado o mensalão do DEM em troca de contratos na área de informática.

Na Lava-Jato, a B2BR, outra empresa de Maria Cristina Boner, é suspeita de ter feito pagamentos às empresas de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras.

Em 2019, foi condenada por improbidade administrativa. Ela também responde a um processo criminal no Tribunal de Justiça do Distrito Federal. O Ministério Público pediu que a empresária seja condenada a 15 anos de prisão por 168 acusações por corrupção ativa, além de pagar R$ 43 milhões de reparação aos cofres públicos.

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