Ex-secretário de Saúde do Rio, Edmar Santos
Luiza Moraes / Agência O Globo
Ex-secretário de Saúde do Rio, Edmar Santos

O ex-secretário de Saúde Edmar Santos faltou, nesta quarta-feira (24) ao depoimento na Alerj sobre as compras emergenciais feitas no combate ao coronavírus . Santos era aguardado para uma oitiva virtual convocada pela Comissão de Fiscalização e de Saúde, mas não compareceu.

Agora, os deputados vão se reunir com a Procuradoria da Casa para decidir as próximas medidas. Ao fim da sessão, a relatoria da comissão recebeu um comunicado do advogado de Santos informando que a ausência ocorreu por ele já estar sendo investigado pelo STJ. Edmar Santos deixou o cargo após denúncias de fraudes envolvendo contratos para construção de hospitais de campanha e compra de respiradores.

Os parlamentares criticaram o não comparecimento do ex-secretário, e alguns chegaram a afirmar que o movimento mostra que Edmar quer esconder irregularidades ocorridas durante sua gestão. Um dos únicos a não se pronunciar foi o deputado Rodrigo Bacellar (SDD), relator do processo de impeachment de Witzel , e que, segundo o colunista Guilherme Amado, recebeu, por parte de integrantes do governo, a mensagem de que poderia indicar quem quisesse para a Secretaria do Governo.

A presidente da comissão, deputada Martha Rocha (PDT), explicou que sua convocação foi feita através, inclusive, de notificação à Polícia Militar, pois o médico é policial da ativa e retornou à corporação. Mas, as mensagens direcionadas a ele foram ignoradas. Para o relator da comissão, deputado Renan Ferreirinha (PSB ), a ausência foi "uma falta de respeito com a população", e uma "confissão" de culpa.

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"É lamentável o que está acontecendo. O governo assina mais uma vez a confissão de falta de transparência. Nós precisamos de respostas, e, ao não aparecer, fica claro que Edmar não veio porque tem coisas a esconder. Ele, como policial militar e, então, funcionário público, tinha o dever cívico de comparecer. Esse acontecimento é uma vergonha para o governo".

A sessão, então, foi marcada pela fala de repúdio de quase todos os parlamentares presentes. Por parte do PSOL, principal partido de oposição ao governador Wilson Witzel, o deputado Flavio Serafini disse que o próximo passo pode ser a instauração de uma CPI. Já Mônica Francisco citou "perplexidade" e "revolta" com a ausência de Edmar.

"Causa em nós muita espécie essa ausência. Ele costumava conversar com o Parlamento, vinha aqui durante sua gestão, então para mim é motivo de perplexidade. E de revolta também, porque isso se refere às vidas das pessoas. Não estamos só falando de orçamento e material".

Houve discurso duro até de deputados próximos ao governador Witzel , como foi o caso do deputado Dionisio Lins, do PP, que fez críticas aos gastos emergenciais, com suspeita de irregularidade, durante a pandemia. Ao final, ele fez um apelo ao governador.

"Juiz governador ( Witzel ), estão lhe usando. Saia desse partido e prove ao povo que você não traiu ninguém. Eu acredito no senhor, mas não acredito na sua equipe", afirmou Lins, que também pediu que a Alerj continue atrás dos esclarecimentos do ex-secretário. "Vejo que ele (Edmar Santos) não conhece a deputada Martha Rocha, que vai até as útlimas consequêncas para colocar a questão transparente".

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