De acordo com estudos da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel), financiados pelo Ministério da Saúde, a proporção da população com anticorpos para o coronavírus aumentou em torno de 53% em 83 cidades em apenas duas semanas.
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Em estudos realizados em outros países não foi encontrada nenhuma taxa parecida. “Por exemplo, na Espanha, estudo semelhante indicou aumento de apenas 4% entre as duas etapas da pesquisa”, diz a nota oficial divulgada pela Ufpel.
Na segunda fase do estudo, 31,1 mil pessoas foram entrevistadas e testadas para o coronavírus. Em 120 cidades, incluindo 26 capitais, foram testadas ao menos 200 pessoas selecionadas por sorteio. Nesses municípios, a proporção da população com anticorpos aumentou de 1,7%, na fase primeira fase, para 2,6%, na segunda.
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Porém, os resultados não devem ser aplicados para todo o país, nem usado para estimar o número absoluto. Em áreas menos populosas e rurais o número pode ser significativamente menor.
A diferença por regiões chama bastante a atenção. As 15 cidades com maior prevalência incluem 12 da Região Norte e três da Nordeste. Em Boa Vista, Roraima, a proporção da população que está ou já esteve infectado é em torno de 25%, o que significa que um de cada quatro habitantes da cidade tem ou já teve coronavírus.
Em outras cinco capitais das regiões Norte e Nordeste, a porcentagem é maior que 10%, sendo elas Belém, Fortaleza, Macapá, Manaus e Maceió. Já na Região Sul, nenhuma cidade apresentou prevalência superior a 0,5%.
Na pesquisa, o caso do Rio de Janeiro, onde a proporção estimada de pessoas com anticorpos aumentou de 2,2% para 7,5% em apenas duas semanas.
Para a pesquisa, foram selecionadas 133 regiões intermediárias como define o IBGE. Em cada uma dessas cidades, foram sorteados 25 bairros, depois dez casas em cada um e apenas um morador sorteado. O objetivo foi entrevistar e testar 250 pessoas por cidade.