A chegada da pequena Heloiza Vitória trouxe uma imensa felicidade na vida dos pais, Diogo Da Silva e Kamila de Souza, quando ela veio ao mundo em agosto de 2019. A família residia em Nilópolis , na Baixada do Fluminense, justamente onde começou a saga de internações em três hospitais diferentes desde o fim de abril até esta segunda-feira, dia 11 de maio. A cinco dias de completar nove meses, a menina não conseguiu superar a infecção pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2) e morreu no Hospital Municipal Jesus , em Vila Isabel, Zona Norte do Rio .
O bebê é a paciente mais nova a falecer por Covid-19 na capital até o momento. No atestado de óbito, consta que ela sofreu uma"síndrome respiratória aguda grave, choque, pneumonia viral, infecção por coronavírus, contato com exposição à tuberculose".
O pai de Heloiza teve tuberculose nos últimos meses, passou por tratamento e está recuperado. Mesmo assim, o vírus infectou a menina, que recebeu cuidados especiais por ter nascido com uma doença crônica, a síndrome lactente sibilante, conhecida como “bebê chiador”. Com problemas para respirar, a criança passou por nebulização em casa, mas o quadro não melhorou.
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Os pais a levaram para o Hospital Municipal Juscelino Kubitschek, em Nilópolis, onde permaneceu internada por cinco dias. No primeiro exame feito, foi testado negativo para Covid-19. Segundo a avó, Ana Clara da Silva, os médicos alegaram que Heloiza estava com pneumonia e bronqueolite.
"Começaram a medicação, mas ela não teve melhora, o quadro piorou. Daí realizaram a transferência para o Fernandes Figueira, ali no Flamengo. Fizeram um exame para coronavírus e deu positivo, mas lá no JK eles tinham feito um teste e disseram que o resultado era negativo", explica a avó paterna.
Heloiza Vitória já realizava tratamento no Instituto Fernandes Figueira desde o seu nascimento, justamente por ter uma síndrome crônica. Apesar da melhora no seu quadro, ela foi transferida para o Hospital Municipal Jesus no dia 6 de maio, após testar positivo para Covid-19. O estado de saude da criança oscilou os últimos cinco dias antes de ela morrer, mas o quadro foi agravado por conta da tuberculose aliada a à pneumonia e ao coronavírus. A família reclama na demora ao ser comunicada sobre o falecimento do bebê.
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"Ela morreu por volta das 13h e só comunicaram a minha nora às 16h. Meu filho chegou para visitar a minha neta e ouviu os gritos da mãe da menina, o desespero dela ao saber da morte da menina. Eles estão desolados. É muita tristeza", diz a avó.
"Ela morreu por volta das 13h e só comunicaram a minha nora às 16h. Meu filho chegou para visitar a minha neta e ouviu os gritos da mãe da menina, o desespero dela ao saber da morte da menina. Eles estão abalados e desolados. choraram muito. É muita tristeza", diz a avó, que relembra da neta com todo o carinho.
"Era minha segunda neta. A Heloiza era uma criança risonha, muito alegre. Não consegui ficar muito tempo com elas nesses últimos meses porque estava doentinha, tínhamos que tomar cuidado. É muito difícil tudo isso (ela chora). Não sei nem o que dizer, só sinto tristeza."
Sem explicações de hospitais
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) confirmou que a criança veio a óbito por complicações de Covid-19 e outras doenças infecciosas pré-existentes. Sobre a demora para informar à família, a SMS explicou que "a comunicação da morte, ocorrida às 13h40, para a família foi feita no hospital e pessoalmente pelo médico, como é o correto, logo que os familiares chegaram à unidade para a visita, cerca de duas horas depois da confirmação do óbito".
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Já o Instituto Figueira Fernandes não quis comentar sobre as informações da paciente afirmou que os dados "são sigilosos e fazem parte do prontuário dela".
Procurada, a prefeitura de Nilópolis não respondeu aos questionamentos até o momento.