Em reunião por videoconferência com nove governadores do Nordeste, o novo ministro da Saúde, Nelson Teich , sugeriu que os estados permitissem o remanejamento de respiradores para atender locais de maior necessidade na região.
Com dificuldades para conseguir os aparelhos e sem uma promessa concreta sobre o fornecimento desses utensílios pelo governo federal, os governadores consideraram a proposta inviável neste momento.
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Em seu primeiro contato com governadores desde que assumiu a gestão do Ministério da Saúde, Nelson Teich pediu uma explicação sobre a realidade de cada estado no enfrentamento ao coronavírus. Econômico, mais ouviu do que falou, além de pedir um relatório sobre as demandas pendentes de cada estado com a pasta.
Entre os assuntos discutidos, também foram mencionados a falta de equipamentos de proteção individual e a demora na "habilitação de leitos" pelo ministério. Esse último processo garante o repasse de recursos para manter as Unidades de Tratamento Intensivo (UTI).
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Após a reunião virtual, a impressão de governadores ouvidos pelo GLOBO é que o governo federal ainda tem dificuldades de prever quando poderá atender às reivindicações.
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Para o governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), neste momento é difícil fazer uma concessão como o remanejamento de respiradores, já que os casos de Covid-19 estão aumentando e cada governador está tentando buscar a aquisição de aparelhos em falta pela demanda mundial.
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"Eu senti na reunião que o ministro está com muita dificuldade em dar datas. O Ministério da Saúde vai enviar quando esses respiradores? No Ceará, ele mandou 30 para um estado que precisa ter mais 400. Aqui em Alagoas eu vou fazer 300 leitos de UTI. O ministério ficou de mandar 30 respiradores, até agora não mandou nada. Estou com 140 montados. Então, o ministério tem respiradores ou não? Essa é uma pergunta que o país precisa saber. Tentamos falar sobre isso mas ele tergiversou", diz Renan Filho.
O ministro foi cobrado ainda pelos governadores a adotar uma política de saúde alinhada aos estados, mas não respondeu de forma direta ao assunto. Quando perguntado sobre o isolamento social, Nelson Teich repetiu, em linhas gerais, que não iria fazer "qualquer mudança brusca", pois precisaria de mais testes e informações para recomendar um afrouxamento do distanciamento.
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De acordo com o governador da Bahia, Rui Costa (PT), o ministro passou a maior parte do tempo calado ouvindo os governadores. "Nós colocamos alguns pontos principais. Compromissos para credenciar os leitos, a necessidade de insumos, respiradores, testes e a questão da validação provisória de profissionais que estão no Brasil (sem o Revalida). Mas ele não deu resposta. Ficou de fazer isso na quinta-feira", disse Rui Costa.
Na reunião, governador do Ceará, Camilo Santana (PT), reforçou a necessidade de um alinhamento para uma política única de combate ao vírus. "É muito importante termos uma posição uniforme e a união de todos neste momento. Esse é o melhor caminho", disse.