investigação apura a criação de um
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investigação apura a criação de um "balcão de negócios" na prefeitura do Rio para a liberação de verbas

Agentes da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual (MP-RJ) apreenderam nesta terça-feira joias de Shanna Garcia, filha do contraventor Waldomiro Paes Garcia, o Maninho, na casa do empresário Rafael Alves, um dos pivôs da operação contra corrupção no governo de Marcello Crivella. A investigação apura a criação de um balcão de negócios na prefeitura do Rio para a liberação de verbas a empresas mediante pagamento de propina.

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Segundo Shanna Garcia contou ao EXTRA, anéis e brincos da herança do seu pai, que lhe pertencem, foram recolhidos da casa do empresário na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Aparelhos de celular do irmão de Marcelo Alves, presidente da RioTur, também foram apreendidos.

Shanna e Rafael Alves, casados no passado, se reaproximaram desde o atentado que a filha de Maninho sofreu no ano passado.

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'QG da propina'

Revelada com exclusividade pelo GLOBO em dezembro, a investigação está baseada na colaboração premiada do doleiro Sérgio Mizrahy, preso pela operação Câmbio, Desligo no ano passado. Homologada pelo Tribunal de Justiça do Rio, a delação se referiu a um “QG da Propina” operando dentro da Riotur e apontou o empresário Rafael Alves como o operador do suposto esquema no município.

Na delação, Mizrahy afirmou que Rafael Alves tornou-se um dos homens de confiança de Crivella por ajudá-lo a viabilizar a doação de recursos de empresas e pessoas físicas na campanha de 2016. Depois da eleição, o empresário emplacou o irmão na Riotur e, segundo o doleiro, montou um “QG da propina” na prefeitura mesmo sem ocupar cargo. “Rafael Alves viabiliza a contratação de empresas para a prefeitura e o recebimento de faturas antigas em aberto, deixadas na gestão do antigo prefeito Eduardo Paes, tudo em troca do pagamento de propina”, disse Mizrahy no anexo 15 da sua delação.

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No depoimento, Mizrahy afirma que Rafael Alves lhe entregava semanalmente cheques oriundos de prestadores de serviço da prefeitura para posterior recebimento em espécie. Um dos cheques, contou o doleiro, referia-se à propina paga pela empresa Locanty, especializada em serviços como limpeza, coleta de lixo e locação de veículos. Embora não tenha contratos na gestão Crivella, a empresa ainda protesta recursos a receber da administração passada de um contrato de aluguel de veículos para reboque de carros.

Conduzida pelo Grupo de Atribuição Originária em Matéria Criminal do MP-RJ (Gaocrim) e pela Coordenadoria de Investigação de Agentes com Foro (CIAF) da Polícia Civil, a operação de hoje também tem como alvo o empresário João Alberto Felippo Barreto, dono da empresa de limpeza e manutenção Locanty, envolvida na denúncia.

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