RIO- Mesmo com uma bala alojada em um dos pés, o biólogo Edmar Cléber de Jesus, de 59 anos, ainda encontrou forças, após receber alta médica, para permanecer neste domingo (23), na porta do Centro de Tratamento Itensivo (CTI) do Hospital estadual Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, onde o filho Yruan Saluci de Jesus, de 15, lutava pela vida.
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*matéria atualizada em 23 de fevereiro as 17h31
Caçula dos seis filhos do biólogo, Yruan faleceu na tarde deste domingo após passar por uma operada. A notícia foi confirmada pela Secretaria Estaduald e Saúde do Rio de Janeiro. O veículo que a família de Yruan estava foi alvo de disparos feitos por homens que estavam em quatro motocicletas, em Imbariê, distrito de Duque de Caxias. Além dele, estavam no carro o pai e a irmã que teve a tíbia fraturada por um disparo e ainda foi ferida de raspão na barriga.
Os disparos foram feitos por volta das 4h, na Avenida Coronel Sisson, quando a família aguardava a chegada de um amigo, que iria com o grupo viajar para a Região dos Lagos. A via corta Imbariê e passa a uma distância aproximada de 200 metros de uma comunidade, que está tendo o controle do tráfico disputado por bandidos rivais.
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Parentes do biólogo descartam a hipótese de tentativa de assalto e acreditam que família tenha sido confundida com um bando invasor por traficantes da Favela Rodrigues Alves . De acordo com testemunhas, os atiradores teriam cessado os disparos após Edmar sair gritando do carro que era trabalhador e que ele e seus filhos estavam feridos. Yruan passou por uma cirurgia no cérebro e luta para sobreviver.
"Meu pai teve alta , mas não quis ir para casa. Passou o tempo na porta do CTI esperando notícias do meu irmão. Ele nem lembra que está com uma bala alojada no pé. Só posso dizer que está muito abalado psicologicamente. Nossa família está fazendo orações e pedindo uma corrente de orações pelo meu irmão. Mais tarde, os médicos vão realizar um teste de estímulos para saber como o cérebro do meu irmão vai reagir", disse Casley Reis, de 33, irmão de Yruan.
Apaixonado por futebol, Yruan é descrito como um garoto tranquilo que todos os anos esperava o carnaval para viajar para a Região dos Lagos . "Meu irmão está no primeiro ano do ensino médio e adora futebol. A bola que ele estava levando ainda está no carro do meu pai. Ficou toda suja de sangue. É um menino que não faz mal a ninguém e que torce para o Flamengo. Estava ansioso pela viagem que fazia todos os anos no período de carnaval", disse Casley Reis.
Yasmin continua internada no mesmo hospital que Yruan se encontra. Ela não corre risco de morrer, e neste domingo (23), pediu para ir ver o irmão.
"Ela já foi ver o Yruan. Mesmo ferida na perna e na barriga, foi a Yasmin que pressionou o ferimento do Yruan e ajudou o manter vivo até chegarem no hospital com meu pai dirigindo o carro", disse Casley.
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O caso será investigado pela 62ªDP (Imbariê). A delegacia fica aproximadamente a 500 metros de distância do local em que a família teve o Honda Civic que viajava atingido por pelo menos quatro tiros .