Sérgio Corrêa Brasi, ex-diretor do Metrô de SP
Divulgação/Alesp
Sérgio Corrêa Brasi, ex-diretor do Metrô de SP

Ex-diretor do Metrô e ex-assessor do programa de parcerias público-privadas na Secretaria de Planejamento de São Paulo, o delator Sérgio Corrêa Brasil , começou a cumprir pena em regime fechado diferenciado e com tornozeleira eletrônica. De acordo com o processo de execução penal de Corrêa Brasil, ele não pode sair de sua casa na capital paulista durante o cumprimento da pena.

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Em sua colaboração, o engenheiro relatou suposto esquema de propinas de empreiteiras do país (Odebrecht, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão e OAS) em obras de quatro linhas do metrô de São Paulo. O delator sustentou que o dinheiro teria abastecido campanha eleitorais do PSDB.

O engenheiro fechou delação premiada no final do ano passado. O caso, que tem potencial para atingir políticos graúdos, gerou controvérsia entre promotores estaduais e procuradores do Ministério Público Federal (MPF), o que chegou a paralisar o andamento dos processos.

O impasse acabou chegando ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), que analisou um pedido de conflito de competência feito pelo promotor de justiça Marcelo Mendroni — este queria a anulação da delação. Mendroni criticou o acordo e disse que o delator o fez para se livrar de condenação na Justiça . A corte decidiu que o caso é de competência federal, mas houve recurso de um dos réus. Com isso, as audiências de instrução e julgamento estão suspensas na esfera federal. Na justiça estadual, as sessões estão previstas para abril.

Pelo acordo, o engenheiro terá que devolver R$ 6, 6 milhões ao poder público. Deste montante, Brasil pagou a primeira parcela de R$ 200 mil e parcelou o restante em 48 vezes de R$ 30 mil mensais, o que totalizaria R$ 1, 4 milhão.

Para quitar os R$ 5 milhões restantes da multa, Brasil teve que oferecer a sua casa como garantia. Caso ele não tenha os recursos para pagar a última parcela, o imóvel deve ser leiloado.

Em planilhas de pagamento das empreiteiras Odebrecht e Camargo Corrêa, o ex-diretor foi identificado com os apelidos de “Brasileiro”, “Encostado” e “Mel de Abelha”.

Segundo fontes que acompanham o caso, o delator, que é muito religioso, tem dito a pessoa próximas que encara seu processo com uma espécie de ajuste de contas para se redimir de seus atos.

Funcionário de carreira, Corrêa Brasil foi gerente de compras do Metrô de São Paulo entre agosto de 1994 a julho de 2008.

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Em agosto de 2008, foi promovido a diretor de assuntos corporativos, posto que ocupou até dezembro de 2010. No período como diretor, ele assinou 118 contratos que somam R$ 9,7 bilhões.

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